“Um carro de Conceição das Crioulas capotou e há pessoas mortas e feridas!” Após o choque da notícia na manhã de quarta-feira, 10 de novembro, ainda compartilhando as dores pelas que faleceram e mobilizando apoio à recuperação de quem se encontra sob cuidados médicos, cabe-nos uma pergunta: até quando acidentes desse tipo irão acontecer?
Infelizmente, até quando a negação dos direitos das comunidades quilombolas se mantiver permeando as ações do Estado Brasileiro. Nega-se o acesso aos seus territórios, a uma educação de qualidade, a tantos outros direitos, dentre os quais cabe aqui destacar – e que nos parece ter uma relação direta com a tragédia do dia 10 de novembro em Conceição das Crioulas – a negação do direito de ir e vir, com qualidade e segurança.
Ali, como em outros quilombos do País afora, o isolamento que outrora fora estratégia de sobrevivência, hoje é um impecilho que deveria fazer parte do passado, pois as comunidades buscam se comunicar e interagir com a vida “de fora” de seus territórios. Fazem isso para comercializar sua produção, se escolarizar, adquirir bens de consumo, buscar assistência à saúde e, como no dia 10 em Conceição das Crioulas, para intercambiar saberes e se mobilizar politicamente para visibilizar a situação de negação de seus direitos e buscar soluções para melhorar suas condições de vida.
Mas, para ir e vir em todas essas situações precisa-se recorrer a soluções de transporte, muitas vezes inadequadas, sem conforto e com pouca segurança. A ausência de um transporte público regular para essas comunidades impõe a busca dessas alternativas. Como se não bastasse, esse transporte precisa percorrer estradas igualmente inadequadas, sem conforto e com pouquíssima segurança. Ou seja: NÃO HÁ POLÍTICAS PÚBLICAS DE TRANSPORTE E ACESSIBILIDADE PARA OS QUILOMBOS!
É preciso que os agentes públicos se articulem, com a urgência que a situação impõe, no sentido de reverter essa situação e criar as condições adequadas para que as crioulas e os crioulos de Conceição e dos demais quilombos possam exercer o direito de ir e vir. Conclamamos a Prefeitura de Salgueiro, o Governo de Pernambuco e o Governo Federal, os Ministérios Públicos Estadual e Federal para que se mobilizem a fim de evitar que tragédias desse tipo se repitam.
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Solidários nesse momento de dor pela perda dos companheiros e unidos na luta pela recuperação de: Fabiana Ana da Silva,Antonio Francisco de Oliveira (CEM) e Valdeci Maria da Silva (Val).Lançamos esta campanha de solidariedade para arrecadarmos recursos financeiros para ajudar no tratamento das pessoas,pedir a todos que transmitam sua força e vibração positiva, através de suas crenças e energias e pedir aos companheir@s da Rede Mocambos e parceiros em Pernambuco que se façam presentes nesse apoio mais presencial as pessoas internadas em Recife. Os depósitos deverão ser efetuados em nome de:
FABIANA ANA DA SILVA
AGENCIA 0870-2
C/C 16294-9
BANCO DO BRASIL
Esperamos contar com a força de tod@s nessa roda de parentes e amigos fazendo um mundo do nosso jeito!
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