16/10/2016

Confira como foi o XV Caruru de Ibeji e as Pedagogingas!!

Mukuiu!
Motumbá!
Kolofé!
Awrê!


Agradecemos a Exú, MPombon'gira e a todxs os Orixás e Nkisis por mais uma vez permitir e colaborar para a realização de mais um evento, o XV Caruru de Ibeji e as Pedagogingas, que aconteceu de 22 a 25 de setembro de 2016, com o tema Badjudas e “Novinhas”: as imagens da menina preta. ''Badjuda’’ é um termo do idioma kriol guineense comumente utilizado para designar a mulher jovem. ''Novinha’’ é um termo falado no Brasil, que foi apropriado e disseminado de forma pejorativa, sobretudo em determinados gêneros musicais, se referindo às meninas.


O evento começou com a primeira atividade da programação religiosa, com membros da CBI oferendando e pedindo permissão e proteção às forças espirituais ancestrais que nos protegem. Essa programação seguiu durante todo o evento sendo coordenada pelo Tata Muanzakiazenji e seus filhos Mam'etu Mbanze Malunda, Taata Kitala Muzingwe, Muzenza Kimbia Lumba, Kiledi Nátali, Kanbono Jorge, Kanbono Robson, Ndumbi Suama e os bebês Lorenzo e Dandara (Casa das Águas) com a participação de Mam'etu Kafurengá, Tata Luangomina, Mam'etu Odemina e Caxutelê (Terreiro Caxuté).




 No dia 22 de setembro, à noite, aconteceu a Mesa de Abertura do XV Caruru e as Pedagogingas, com o tema: “As Imagens da Menina Preta”. Mestre Jorge Rasta representando a Casa do Boneco de Itacaré, deu as boas vindas ao evento e à Casa e convidou às reflexões acerca do tema do Caruru este ano (Badjudas e “Novinhas”: as imagens da menina preta). Em seguida, Mam'etu Kafurengá contou sobre a sua experiência na Comunidade do Caxuté,  onde funciona a Escola do Terreiro que é a primeira Escola de Religião e Cultura de Matriz Africana do Baixo Sul da Bahia que quebra paradigmas burocráticos da Educação Formal e imbuem-se do papel de ofertar uma Educação focada na ancestralidade, valores de Terreiro, luta antirracista e empoderadora das crianças da região.                      
                   
Carla Antelante,  amiga da CBI,  sugeriu algumas reflexões acerca do atual modelo educativo em boa parte das escolas formais atuais que não contemplam as meninas (e meninos) pretos, e vem destruindo seu processo de empoderamento e construção identitária, sem que as famílias e comunidades se dêem conta ou mesmo estejam preparadas para lidar com essa realidade cruel.                      
Esse foi mais um passo na discussão do modelo CBI de Educação antirracista e preta e da oficialização de nossa Escola Preta CBI

Com a colaboração de vários movimentos sociais, grupos, coletivos, bandas musicais, amigxs e parceirxs, pessoalmente ou via internet, o tema foi discutido transversalmente nas oficinas, apresentações culturais, intervenções e sessões de cineclube, abordando o desrespeito a esse gênero e faixa etária. Mediante esses fatos observamos também o formato da educação eurocêntrica que tendencia à inferiorização e exploração sexual da mulher, assim como a ineficácia da lei10639/03 (que determina o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas) no que diz respeito ao empoderamento dessa geração.

Entre os dias 22 e 24 de setembro, aconteceram:

Oficinas:

- “ Como ser novinha numa sociedade tão...” facilitada por Naiara e Joyce do Koinonia;
- Confecção de Bonecos com Cabaça – facilitada por Mestre Elias Bonfim;
- Grafite: TrollBox – por Julio Costa e Bigode Musas;
- Confecção de Instrumentos Musicais – por Hugo Xoroquê;
- Confecção de textos para Teatro de Bonecos – por Lori Mafoany e Juscely Magalhães;
- Breakdance – por Philipe Estevão ( FUNCEB );
- Ragga – Natali Ávila( FUNCEB);
- Contação de Histórias com a escritora Meire Cazumbá sobre o livro: Histórias da Cazumbinha;
- LÍNGUA , CULTURA E RELIGIOSIDADE BANTU– por Tata Muanzakiazenji( Casa das Águas);

Intervenção de Grafite com:

- Julio Costa - Musas
- Bigode - Musas
- Carlos Alberto ( Dokls ) GL8
- Rebeca Lawinsky ( RBK) - Risca Mina
- Maô e Maycon – Minha Vida
- Ludmila Singa – Crew Donas do Rolê ( DDR )
- Lucas – Biblioteca Zeferina
- Lucas – Resistência Poética

Intervenções musicais e poéticas::

- Banda Fúria Consciente;
- Banda Unidade Eu e Eu
- Sena de Quadra
- Banda Zela Plante
- Lori Mafoany
- Negus Jorge
- Grupo de Poesia Resistência Poética
- Diego Dias
- Rita Pinheiro

Nosso carinho e agradecimento caloroso a nossxs colaboradores que também contribuíram diretamente para a realização deste grande evento:

- Coletivo Casa Preta
- Assentamento Terra Vista
- Ecobahia
- Teia dos Povos
- Aldeia Baixa Alegre
- Ifbaiano – Campus Uruçuca
- SINASEFE
-SINDAE -- Sindicatos dos trabalhadores de distribuição de água e esgoto
- GAIA
- Pousada Navio
- Banana's
- Pousada Papa Terra
- Mais Que Nada
- CIMI
- Coletivo Aqui Há Voz
-Visão Mundial
- Mestre Fuscão – Espaço cultural de Itinga ( Lauro de Freitas )
-Cátia Sileide - Kizomba é Vida ( Salvador )
– Everaldo Cruz - Caverna Cultural ( São Caetano – Salvador )
- Marcos Figura
- Zenabe
- Tony Borgens
- Nego
- Professora Joselita
- Zé da Farmácia
- Professora Aline Mimoso
- Carla Antelante
- Roqueval ( Kiki ) e Família
- Meire Cazumbá

Às Fotógrafas e Fotógrafos

- Carla Candace
- Suama Akoni
- Lilian Arauto
- Julio Costa
- Lua
- Juan
- Rayana
- Mateus Albuquerque

E a cada um e cada uma que contribuiu em nossa campanha de financiamento colaborativo no Benfeitoria:


Carla Antelante
Juliana Machado
Diego de Albuquerque Oliveira
Izadora S. Guedes
Arthur Leandro
GIULIANO djahjah
Alcione Silva
carleno nascimento
Adriana Silva
Uelber Barbosa Silva
Edgard Piccino
Alexandre Cerqueira
Maria Aparecida Nunes Mesquita
Lidimara dos Santos Marques da Silva
Camilo Prates
Aline Areia Almeida Mimoso
Adriano Belisário
BRENO S TEIXEIRA
Alejandra Vargas-Johnson
Paulo Mutaokê Magalhães
Regina Carvalho
KAREN OLIVEIRA CRUZ
solange drago
Lidia das Vestes
Nessyta Lopes
Jules Batista Soares
Verônica Pragana Ferraz
Roqueval Fonseca
Quênia Barreto
angel rodriguez
Ronara Criola
Pablo Martins Carneiro


veja mais fotos em nossa página no Facebook

18/09/2016

PROGRAMAÇÃO XV Caruru de Ibeji e as Pedagogingas

Obs: A programação está sujeita a alterações.
A Direção



SEXTA-FEIRA 23/09/16
MANHÃ - 7:30h à 09:00h: Café da manhã - 09:00h Ritual afro religioso - De 10:00 às 12:00: GT (Grupo de Trabalho) - Infância Preta
OFICINAS: . Confecção de instrumentos musicais - Hugo Xoroquê . Graffiti - Bigod e Julio - Contação de Histórias com a escritora Meire Cazumbá sobre o livro: Histórias da Cazumbinha. 
- Confecção de textos para Teatro de Bonecos - Lori Mafoany e Juscely Magalhães
- 13:00h: Almoço
TARDE - De 14:30h às 17:00h: OFICINAS . Bonecos com Cabaça – Mestre Elias Bonfim . Confecção de instrumentos musicais - Hugo Xoroquê
- Confecção de textos para Teatro de Bonecos - Lori Mafoany e Juscely Magalhães
. Língua africana: iniciação ao kibundu – Taata Muanzakiazenji
. Graffiti - Bigod e Julio
- Afro Ragga - Philipi Estevão

GT: Educação da criança preta
NOITE - Das 18:30 às 19:30h: Janta - 18:00h: Cine Quilombola - 20:00h: Noite de autógrafos do livro "Os Poemas que eu não gostaria de escrever, e nem você de lê’’. Autora: Rita Pinheiro - Noite Cultural: Afro Jam - Tributo a Gato Preto

SÁBADO 24/09/16
MANHÃ - De 7:30h à 09:00h: Café da manhã - 09:00h Ritual afro religioso - Saudação às águas (Atividades na Praia da Concha)
TARDE
GT: Saúde e Estética da mulher preta e gorda
NOITE - 18:30h Jantar - 19:30 Noite Cultural
- Apresentação Poética teatral: "João, uma história de amor e dor "
- Intervenção Poética
- Preparação do caruru

DOMINGO 25/09/16
MANHÃ - De 7:30h à 09:00h: Café da manhã - Produção do Caruru
TARDE - Cortejo Afro - Celebração do Caruru - Encerramento

02/09/2016

ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA O XV CARURU DE IBEJI E AS PEDAGOGINGAS


Atenção tod@s interessad@s a participar do XV Caruru de Ibeji e as Pedagoginas, estão abertas as inscrições. Vamos às instruções:

1    Preencha o FORMULÁRIO com as informações solicitadas e confirme o pagamento da sua inscrição.

2   Para acompanhar as atualizações dos informes ou tirar qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail caruru.pedagogingas@gmail.com, telefone/whatsapp (73) 9 9199-6986, página no facebook facebook.com/casadoboneco e blog casadoboneco.blogspot.com.

3  A Casa do Boneco não dispõe de recursos para hospedagem, priorizando convidadxs, mestres e mestras, os demais participantes devem arcar com seu transporte e hospedagem.

4   O evento acontecerá, como nos anos anteriores, na sede da CBI (Rua Praia da Concha, nº 41 na ladeira da Concha, em frente a feirinha de artesanato).

5    Brinquedos, livros e alimentos serão recolhidos no ato do credenciamento.

6    Tod@s devem trazer seu kit alimentação (prato, copo e talheres).

7   Em breve será divulgada a programação completa do evento.


   Evento no facebook



23/08/2016

CBI Lança campanha de financiamento coletivo para o XV Caruru de Ibeji e as Pedagogingas!



A Casa do Boneco de Itacaré lançou hoje uma campanha de financiamento coletivo para o XV Caruru de Ibeji e as Pedagogingas. Através do site Benfeitoria, qualquer pessoa pode efetuar doações e receber recompensas lindas referenciadas em nossa cultura africana. Os recursos arrecadados servirão para financiar o banquete ritual para os Ibeji, momento mais sagrado e de maior destaque em nosso evento.

Não deixe de visitar a página da campanha e fazer sua doação agora mesmo clicando em https://benfeitoria.com/carurudeibeji.

22/07/2016

Vem Aí!! XV Caruru de Ibeji e as Pedagogingas






As imagens da menina preta


A negação da identidade, a baixa autoestima, a objetificação, a exploração, o abuso, a violência, quantas questões podem ser tocadas quando o assunto é o lugar das meninas pretas num país racista e sexista como o Brasil? O XV Caruru de Ibeji e as Pedagogingas trazem como tema central em 2016 ‘‘Badjudas’’ e ‘‘Novinhas’’: as imagens da menina preta. ''Badjuda’’ é um termo do idioma kriol guineense comumente utilizado para designar a mulher jovem. ''Novinha’’ é um termo falado no Brasil, que foi apropriado e disseminado de forma pejorativa, sobretudo em determinados gêneros musicais, se referindo às meninas. Trazendo essas reflexão queremos visibilizar e apontar conjuntamente os caminhos para garantia da segurança, do respeito, da vida, das referências positivas para essas meninas no contexto problemático em que vivemos, que envolve opressões como o racismo, a violência de gênero além da vulnerabilidade aos abusos aos quais estão sendo expostas, sobretudo na fase de transição entre infância e adolescência. 


Por falta de informação, por ignorância, pelo racismo institucionalizado e pelo o machismo impregnado na sociedade, desde muito pequenas, as meninas pretas estão sujeitas a diversas opressões. Dessa forma, são ensinadas a não gostar dos seus traços negros, da textura dos seus cabelos e da cor de sua pele. Crescem em comunidades onde a educação formal é eurocêntrica, onde a violência é regra, onde a falta de acesso à informação diversificada e de qualidade dificulta o desenvolvimento de sua autonomia, sendo relegadas a um lugar de subalternidade para que não se apropriem de suas qualidades para enfrentar em condições honestas os desafios cotidianos. 


O fim da infância e o início da adolescência é um período particularmente crítico na concepção de identidade de todas as pessoas, por ser uma fase na qual biologicamente e psicologicamente de transitam entre momentos distintos da vida. Esse é justamente o período no qual as meninas pretas são sistematicamente atacadas. Seus referenciais não estão na televisão, nos livros didáticos, nas revistas, nos outdoors, nos filmes. Sua imagem é sempre associada à subalterna, à feia, à intelectualmente incapaz. Seus corpos são massivamente hiperssexualizados, sendo alvo de ofensas muitas vezes disseminadas em gêneros da música comercial, em letras e danças expõem o corpo feminino com conotação sexual que incitam a pedofilia e a violência de gênero, e tudo é naturalizado. É urgente que o povo negro, indígena, assentados, quilombolas, mulheres, homens, crianças, idosos, estejam unidos nesse círculo de construção ancestral para nossa auto-defesa, autonomia e segurança.


É importante reiterar que há inegavelmente uma questão de gênero em foco voltado para o feminino, o que não exclui a importância e necessidade de se discutir as opressões que afetam os meninos, visto que estes carecem de um olhar igualmente cuidadoso no contexto de total vulnerabilidade, como apontam os índice de homicídios, os jovens negros são os principais alvos da mira genocida. Estes jovens negros, por conseguinte, também precisam ser conscientizados do seu papel e do seu lugar na sociedade, inclusive para que não reproduzam outras opressões para com suas companheiras, amigas, irmãs. Assim, ousamos convidar a todos e a nós mesmos a nos voltarmos para nossa ancestralidade afrikana, para buscar os nossos reais valores, nossas formas próprias de nos relacionarmos com os outros, entendendo o que nos une e o que nos difere quando o assunto é gênero em um contexto em que  a violência racista nos afeta como povo.



A Casa do Boneco de Itacaré é uma instituição que há 28 anos desenvolve programas de ações voltadas para o afro desenvolvimento e empoderamento da infância e juventude negra, com base numa educação antirracista fundada na cosmovisão africana e indígena. Regida e conduzida por jovens a CBI é uma construção histórica desses adolescentes da comunidade que estiveram sempre atuantes desde a sua fundação até a atualidade em todas as frentes de atuação, e assumiram desde cedo o papel de aprendizes e disseminadores desses aprendizados. E é nesse intuito que convidamos os movimentos sociais, coletivos, associações, organizações, escolas, famílias, jovens, crianças, adolescentes para discutirmos juntos o que está sendo nos oferecido enquanto perspectiva de sociedade. A ação assassina do Estado em relação à esses sujeitos, a sexualização precoce e sem as devidas orientações, a invisibilidade midiática, o racismo, o sexismo, o machismo, a pedofilia, o turismo sexual são ameaças sérias a jovens negros e negras,  e necessitamos urgente criar mecanismos de autodefesa para garantir nossa integridade, dignidade, segurança e respeito. 

SERVIÇO
O quê: XV Caruru de Ibeji e as Pedagogingas
Tema: ''Badjudas'' e ''Novinhas'': as imagens da menina preta!
Data: de 22 à 25 de setembro de 2016
Onde: Casa do Boneco de Itacaré
















10/07/2016

2º Canjerê Cultural 2016



A segunda edição do Canjerê Cultural está marca, desta vez organizada por parceirxs da Casa do Boneco de Itacaré em Salvador.

Canjerê Cultural
É o mix de Rap, samba e poesia!

Este evento conta  com a colaboração dos artistas e com você para arrecadação de fundos em prol do XV Caruru de Ibeji e as Pedagogingas
Se passe não, viu?!
Esse Canjerê vai ser barril!

Acompanhe mais informações no evento criado no Facebook:

https://www.facebook.com/events/148580495563266/151736901914292/?notif_t=admin_plan_mall_activity&notif_id=1468094793648172

13/05/2016

Canjerê Cultural



A Casa do Boneco de Itacaré realizará entre 26 e 28 de maio o Canjerê Cultural, evento com objetivo de promover a difusão de arte e cultura afro brasileiras e dar início às movimentações em prol da realização do XV Caruru de Ibeji e as Pedagogingas. 





Para participar, preencha esse formulário online: https://docs.google.com/forms/d/1M8FzbgLCogsxn1T3tZlsG5U4kPLoPPfxvYJXV2RDBK0/viewform]

PROGRAMAÇÃO:

26/05 - QUINTA FEIRA
-17:30h às 19:00h - Roda de Capoeira Angola
-19:30h - Cine Debate

27/05 - SEXTA FEIRA
-11:00h às 12:30h - Oficina: Dança Afrobrasileira (Monitora: Dani Jêje)
- 15:00h às 17:00h - Oficinas: Abayomi (Monitora: Preta Ashanti); Estética Afro (Monitora: Dani Jêje)
-17:30h - Desfile; Performance de Dança Afro - CIA Kilimanjaro ( Casa do Boneco de Itacaré ).

28/05 - SÁBADO
-11:00h às 12:30h - Oficina: Capoeira Angola (Monitor: Hugo Xoroquê)
-15:00h às 17:00h - Oficina: Artes Manuais (Monitora: Hanna Dejode); Percussão Afrobrasileira ( Monitor: Hugo Xoroquê )
-19:00h: Performance de Teatro de Bonecos
22:00 - show de música.

18/02/2016

FORMAÇÃO EM TURISMO ÉTNICO DE BASE COMUNITÁRIA


Desde 2006 a Casa do Boneco através do seu programa de Sustentabilidade Comunitária vem discutindo e realizando ações voltadas para a implantação e desenvolvimento do Turismo Étnico de Base Comunitária (TEBC), tanto no município de Itacaré quanto a nível regional e nacional, se articulando em redes de parcerias como a Turisol, MTUR, Rede Mocambos entre outras organizações que pautam um modelo de turismo diferenciado do massificado.



Dando continuidade a esse trabalho, nos dias de 21 à 24 e de 28 à 30 de janeiro deste ano a Casa do Boneco realizou uma atividade de capacitação teórico-prática com jovens militantes negr@s de diferentes segmentos de atuação, afim de retomar o entendimento acerca do que propõe o TEBC, tendo como aporte a vivência da instituição e a experiência com a Fazenda Modelo Quilombo D’Oiti, colocando em prática os aprendizados através do receptivo turístico.


O turismo de base comunitária se contrapõe ao turismo massificado pois requer uma menor densidade de infraestrutura e serviços e busca valorizar uma vinculação situada nos ambientes naturais e na cultura de cada lugar. Não se trata, apenas, de percorrer rotas exóticas, diferenciadas daquelas do turismo de massa, mas sim de um outro modo de visita e hospitalidade. Esse turismo respeita as heranças culturais e tradições locais, podendo servir de veículo para revigorá-las e mesmo resgatá-las. Sendo realizada com o recorte étnico racial, como é caso da Casa do Boneco, visa a manutenção da história do povo negro em diáspora, sobretudo às comunidades remanescentes de quilombos.

Durante a explanação teórica @s participantes tiveram possibilidade de entender o conceito e também discutir as premissas básicas para o turismo de base comunitária, como a base endógena da iniciativa e desenvolvimento local, a participação e o protagonismo social no planejamento, a escala limitada e impactos socioambientais controlados, a geração de benefícios diretos à população, a afirmação cultural e a interculturalidade, e o ‘‘encontro’’ como condição essencial. Na parte prática foi realizado todo trabalho de pré-produção para os receptivos, a participação nas rodas de conversas e oficinas, a manutenção do espaço físico, a confecção e servimento dos alimentos, a exibição de performances artísticas e a cobertura audiovisual de toda atividade.



Nesse sentido, novas sementes estão sendo plantadas para a manutenção e constante revitalização das ações voltadas para o empoderamento do povo negro, tendo o TEBC como um dos mecanismos para geração de empreendimentos comunitários e colaborativos que agreguem autonomia e autogestão para os seus protagonistas, conservando valores e práticas afro centradas, heranças ancestrais africanas e indígenas.





RECEPTIVOS DE VISITA TEMÁTICA COM TURMAS DO IFBAIANO - CAMPUS ITAPETINGA


Em uma parceria institucional que já está caminhando para o quarto ano, a Casa do Boneco e os campus dos Institutos Federais Baianos (IF-Baiano) realizam receptivos de uma visita temática, direcionadas pelas instituições afim de cumprir a aplicação da lei 10.639. A Casa do Boneco, a convite do Ministério Público à partir de um convênio desenvolve junto ao IF desde então ações que buscam dar conta dos conteúdos de história e cultura afro-brasileira nos mais diversos formatos e abordagens, sendo a principal ação o receptivo dessa viagem temática em uma vivência tanto na sede da instituição quanto na Fazenda Modelo Quilombo D’Oiti.

Nos dois últimos finais de semana de janeiro, dias 22 e 23 e dias 29 e 30 recebemos respectivamente as turmas do 3º ano A e 3º ano B em formação no campus do IF-Itapetinga. A cada turma foram cerca de 45 participantes entre estudantes e professores. A viagem temática começa na cidade em Ilhéus, onde as turmas conhecem o Terreiro Matamba Tombenci Neto sob o zelo da matriarca Mametu Ilza Mukalê, e após tour no centro histórico de Ilhéus seguem para Itacaré, chegando na Casa do Boneco no turno da tarde.



O receptivo acontece na sede da instituição, onde inicialmente aconteceu uma roda de conversa de apresentação e explanação acerca dos conteúdos e histórico de lutas por reconhecimento e reparação das questões étnico raciais do Brasil. Em seguida foram realizadas oficinas de estética afro-brasileira, percussão e artesanato.





No dia seguinte a vivência aconteceu na Fazendo Modelo Quilombo D’Oiti, onde as turmas são recepcionadas em um modelo de Turismo Étnico de Base Comunitária e tem possibilidade de imergir em um território remanescente de quilombo que traz em todo o seu contexto organizacional e de atuação a referência à ancestralidade africana. Como roteiro, o receptivo se inicia com roda de conversa, seguindo para uma trilha ecológica que traz toda explanação histórica e geográfica do local. Em seguida, os participantes são convidados a degustar um almoço temático confeccionado dentro dos princípios da culinária afro-brasileira quilombola, e também prestigiam e participam de intervenções artísticas de dança, música e poesia.
 




Ao longo desses anos de parceria tem se percebido por parte das instituições a importância dessas ações para o reconhecimento e afirmação identitária que historicamente é negada aos povos originários, negros e indígenas. As visitas tem gerado uma interação surpreendente entre os participantes, além do fomento ao compartilhamento de um nível altíssimo de informações e conteúdos que digam respeito a essas causas. A desconstrução de estigmas relacionados a religiosidade, a estética e ao pertencimento afro são notáveis, além da criação de vínculos de amizade e colaboração. A Casa do Boneco agradece e convicta da continuidade dessa parceria já espera as próximas ações.




Ojirê Odara!


Confira mais fotos:


20/01/2016

Formação em Turismo Étinico de Base Comunitária




Acontecerá com duas turmas nas datas de 21 à 24 e de 28 à 30 de janeiro. A formação inclui tanto uma explanação técnica e conceitual sobre TEBC quanto a vivência dessa prática como um modo de vida, através da experiência de receptivo na Fazenda Modelo Quilombo D'Oiti. para cada turma serão disponibilizadas 25 vagas.

Informações:

casadobonecodeitacre@gmail.com ou Zap (73)9 9199-6986




Quinta
Sexta
Sábado
Domingo

Manhã: receptivo, credenciamento, instalação.

Almoço: 12:30h

16:00h às 19:30h - Mesa: ‘‘TEBC: histórico, conceitos e prática’’

Janta: 19:00h

19:40h: Atividades práticas- pré produção para a vivência

Café da manhã: 06:30h
07:30h: atividades práticas

Almoço: 12:30h

13h até 17:40h Receptivo da turma do IF- Itapetinga: roda de conversa de apresentação e oficinas.

Janta: 19:00h

19:40h:
Atividades práticas- pré produção para a vivência

Café da manhã: 06:00h
07:00h: Saída para a vivência: Fazenda Modelo Quilombo D’Oiti
-Receptivo da turma do IF Itapetinga
-Roda de conversa
- Trilha
- Almoço
- Momento Cultural
- Roda de avaliação
17:30h Encerramento







Café da manhã: 06:30h
07:30h


Manhã: ‘‘Roda de conversa: socialização das experiências’’.

Entrega dos certificados.

Finalização da formação



Formas de Pagamento e participação por pessoa:

Formação:
A vista R$200,00
Débito R$250,00
Crédito podendo parcelar até 2x R$300,00

Apenas Receptivo:

R$250,00 ( em dinheiro ou no cartão )