A
Fazenda Modelo Quilombo D´Oiti tem como visão se tornar um centro de
desenvolvimento afro comunitário baseado na aprendizagem
auto-sustentável, considerando, prioritariamente os seguintes
princípios:
Etno racial
Trabalho
de reapropriação da identidade afro-descendente, para elevar o valor e a
beleza da cultura negra, e, sobretudo, para a contestação, a reparação e
a afirmação da posição dos negros e negras na sociedade atual, em
decorrência dos estragos históricos que lhe foram feitos.
Ecológico
Princípio
que acompanha a busca etno racial, pois o povo africano é ecologista e a
sua forma de vida ancestral está toda relacionada aos elementos da
natureza . A proposta da fazenda é alicerçada em princípios da
permacultura e da agroecologia no esforço de estar ecologicamente
correta, harmonizando todas as ações, onde a conservação e o saber da
natureza tem que acompanhar os outros saberes.
Sócio econômico
Proposta de organização e
produção coletiva, de “inclusão” e reintegração social, que promova o
desenvolvimento local e fortaleça as relações entre as pessoas, a partir
de valores de organização coletiva herdados das sociedades indígenas,
africanas e quilombolas. Tem na Economia solidária uma referência pois além da vivência associativista, almeja a implementação do cooperativismo nos próximos meses.
Cultural
Símbolos e significados de um modo de vida peculiar das comunidades negras descendentes no Brasil de africanos escravizados.
Espiritual
A vivência do Candomblé enquanto religião
de matriz africana que além de ser fonte de sabedoria, fortalece as
energia espirituais, a identidade ancestral garantindo a
sustentabilidade espiritual de todas as ações.
O entendimento da proposta da Fazenda Modelo Quilombo D’Oiti, perpassa a visualização dos seguintes eixos centrais:
1) Implementação de Vila Comunitária
2) Educação
3) Serviços de Turismo Étnico de Base Comunitária
4) Auto Sustentabilidade Econômica
Nossa abordagem em TEBC
O Turismo Étnico de Base Comunitária (TEBC) não significa apenas inserir a comunidade, muito menos se restringe a um novo setor de mercado. É um fenômeno social complexo pois visa resignificar códigos e símbolos a partir da compreensão da realidade local e da identidade negra. Os protagonistas desse destino são sujeitos e não objetos do processo. Promove a qualidade de vida, o sentido de inclusão, a valorização da cultura local e o sentimento de pertencimento.
Em relação aos aspectos étnicos, trata-se de fenômenos sociais que refletem as tendências positivas de identificação e inclusão de certos indivíduos num grupo étnico. A distintividade dessa identidade, para caracterizar um grupo étnico, deve se remeter a noções de origem, história, cultura e, até, raça comuns.
TEBC implica não apenas a interpretação simplista e estereotipada de um grupo social étnico desfavorecido que recebe outsiders curiosos e ávidos pelo exotismo em seu convívio cotidiano, para o aumento de sua renda e melhoria social, mas antes de tudo, significa encontro e oportunidade de experiência compartilhada. Para Jovchelovithc (1998) é no encontro que saberes sociais se produzem e são renovados laços de diferença e solidariedade, que envolvem o sentido de comunidade e pertencimento.
Esse turismo tem como premissas básicas:
a) Base Endógena da Iniciativa – desenvolvimento local de dentro para fora – o turismo surge de uma demanda social a partir de uma proposta que emerge da comunidade afro descendente organizada , propondo uma atuação que visa o desenvolvimento local.
b) Participação e protagonismo social no planejamento, atuação e implementação de projetos turísticos
c) Escala Limitada e impactos sociais e ambientais controlados.Primeiro plano passa a ser a sustentabilidade social e ambiental e não a exploração econômica.
d) Geração de benefícios diretos à população local – tem que assegurar dispositivos e mecanismos para que os recursos sejam reaplicados em projetos de melhoria de qualidade de vida a partir das demandas locais e para o coletivo.
e) Formação cultural / Inter culturalidade - Não apenas qualifica o produto / dialoga com outras culturas
f) O encontro como condição primordial - Encontro entre individualidades – compartilhar e aprender mutuamente. Entre “o que recebe” e “o que é recebido” para a troca de valores reais e destes com o ambiente em que interagem. Experiência integral do turista. Pertencimento, afirmação das identidades.
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