A oficina de toques e cantos de xirê sintetiza na
essência a temática do XIII Caruru de Ibeji e as Pedagogingas: Tambor e Ancestralidade. O tambor está
diretamente ligado às tradições afro-brasileiras, para além de um instrumento
musical é elemento e entidade primordial para os fundamentos religiosos do
candomblé.
Cada toque, em conjunto com o canto e dança é específico
para cada orixá e entidades do candomblé, através dos quais são evocados e
celebrados na roda do Xirê. Essas e outras aprendizagens foram transmitidas
através da pedagoginga ancestral do Alabê Dito durante os dias de vivência no
nosso Ylê D’Erê.
Dito foi iniciado no candomblé aos 4 anos no terreiro
tradicional Lira de Iemanjá na cidade de Cachoeira (recôncavo da Bahia), tendo
contato com nações do candomblé como Jêje, Nagô e Angola, possui um vasto
acervo oral dos cantos, dos toques e das danças. Detentor do saber ancestral, ocupa
os cargos de ogan, alabê e axogum.
A celebração do xirê fez a abertura oficial do nosso
encontro, evocando e saudando aos orixás.
Durante os três dias de oficina, contando também com a
monitoria de Itauan e Wendel, os participantes aprenderam a base dos toques e suas
diferentes evoluções, entendendo que para cada orixá existem especificidades.
É uma imensa honra para a Casa do Boneco a participação
dessa ilustre figura, Dito, e sua experiência e vivência da espiritualidade, da
religião do candomblé. Além de ser um acervo vivo da tradição oral do povo de
santo, é um grande mestre que repassou de boa vontade os seus ensinamentos para
quem dele soube usufruir.
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