21/06/2023

Anote aí em sua agenda!

 



Vem aí o Canjerê Cultural 2023, nosso circuito anual de eventos e mobilização da nossa rede de parceiros em preparação para o XXII Caruru de Ibeji e as Pedagogingas. Esse ano, os canjerês vão acontecer nos meses de julho e agosto, nas cidades de Salvador, Itacaré, Cachoeira e Santo Amaro. Cada localidade irá contar com uma programação própria, que envolve oficinas, feira de afroempreendedorismo e baile cultural, se liga nas datas:


07 e 08/07 Salvador

28 a 30/07 Itacaré

10 e 11/08 Cachoeira

18 e 19/08 Santo Amaro


O Canjerê Cultural é um evento itinerante voltado para a divulgação e difusão da cultura afro pindorâmica, organizado de forma autônoma pela Casa do Boneco-Quilombo D’Oiti em articulação com uma vasta rede de coletivos e organizações parceiras. Realizado desde 2012, o Canjerê se consolidou como um espaço de produção cultural comunitária que aglutina diversas expressões artístico-culturais (dança, música, audiovisual, cultura hip hop, artes visuais, gastronomia). 


As ações se desenvolvem de forma multi territorial e de maneira colaborativa, promovendo intercâmbio de práticas e saberes entre os núcleos de coletivos, seguindo nosso método de trabalho comunitário organizativo. O objetivo também é de ampliação da divulgação e das mobilizações para o Caruru de Ibeji e as Pedagogingas, visto que os canjerês também visam levantar recursos para somar na construção do grande encontro anual promovido pela CBI. 


Acompanhe nossas redes sociais para ficar por dentro das programações, e se organize para participar! 


SERVIÇO:


O QUÊ: Canjerê Cultural 2023

QUANDO: Julho e agosto de 2023

ONDE: Salvador, Itacaré, Cachoeira e Santo Amaro

CONTATO: (73)9 8879-1015

20/06/2023

XXII Caruru de Ibeji e as Pedagogingas

 

Entre os dias 04 e 08 de outubro de 2023 acontecerá em Itacaré-BA o XXII Caruru de Ibeji e as Pedagogingas, encontro anual de cultura afro pindorâmica e organização política comunitária realizado pela Casa do Boneco - Quilombo D’Oiti. Com o tema ‘‘Obirin em Diáspora’’, o objetivo deste ano é discutir o que é ser afrodiaspórico, a partir de uma perspectiva das mulheres pretas, em seus diversos segmentos, sob a referência das nossas matriarcas e sociedades tradicionais.


O tema nasce de um diálogo coletivo e permanente sobre o significado  de sermos africanos em diáspora, e quais os parâmetros para se estabelecer um modo de vida afrodiaspórico, dentro de um sistema de dominação supremacista branko. A opressão racial que atinge o povo negro a nível mundial, produz violências e políticas de morte que nos submetem enquanto povo, recai sob as mulheres, em específico, com o peso dos vários atravessamentos de um mundo racista e cisheteropatriarcal. 


Em contraponto às sociedades tradicionais africanas e pindorâmicas, que têm a mulher como uma figura central para a existência e a manutenção da comunidade/povo, que estabeleceram sistemas de organização social matriarcais e matrilineares, o mundo ocidental patriarcal violenta e objetifica as mulheres das mais diversas formas, como podemos observar nos altos índices de violência doméstica e feminicídio, de violência médica e obstétrica, na desigualdade de acesso à trabalho e renda, nas diversas formas de adoecimento, sem falar na desestruturação histórica das famílias negras, que impacta diretamente a vida das mulheres. 


Nessa perspectiva, o objetivo é discutirmos o cenário em que nos encontramos enquanto povo, quais medidas precisam ser tomadas para a resolução desses problemas, e o que já vem sendo desenvolvido em diferentes segmentos:  saúde, segurança física, territorial, alimentar, mobilidade, cultura, ancestralidade e saberes tradicionais, em contraponto à realidade imposta pela supremacia branka. Falar de Obirin em Diáspora é falar de comunidade negra, visto que a mulher é uma figura central que gera, gesta, nutre, move e é movida por todas essas estruturas, e portanto, cuidar das demandas levantadas por elas, nos mais diversos segmentos, é cuidar de toda a comunidade!


As pedagogingas são esses espaços de troca e de aprendizagem em forma de vivência, proporcionado pela Casa do Boneco em conjunto com uma vasta rede de coletivos e organizações parceiras. Durante o evento, acontecem oficinas, djumbais (rodas de conversa), intervenções artísticas, das mais diversas linguagens, formatos e expressões das culturas afro pindorâmicas. É também um espaço de organização política comunitária, de ampliação e do fortalecimento de vínculos, de reafirmação de compromissos com a resistência preta, e de celebração da nossa ancestralidade. O evento culmina na celebração religiosa do Caruru de Ibeji, ofertado aos orixás-criança em agradecimento por mais um ano de vida e de resistência, com pedidos de proteção, saúde, prosperidade e com a certeza da continuidade que se dá através das crianças. 


O encontro acontece na Fazenda Modelo Quilombo D’Oiti, em Itacaré-BA, e dispõe de diversas modalidades de participação, tanto para comunidade envolvida quanto para os visitantes. É necessário preencher um formulário e pagar uma taxa de inscrição, para colaborar com o custeio do evento, que é realizado de forma autônoma. Há também um ônibus organizado pelo evento para trazer os participantes, na rota Salvador  x Itacaré ( via BR101 ), com vagas disponíveis para venda. Para mais informações, entre em contato pelo email caruru.pedagogingas@gmail.com ou pelo whatsapp (73)9 8879-1015 . 



SERVIÇO

O QUÊ: XXII Caruru de Ibeji e as Pedagogingas

QUANDO: De 04 a 08 de outubro de 2023

ONDE: Fazenda Modelo Quilombo D’Oiti (Itacaré-BA)

CONTATO:
(73)9 8879-1015

30/03/2023

Itacaré recebe Escola de Arte Empreendedora

 





O projeto Escola de Arte Empreendedora chega a Itacaré, as atividades acontecerão de 03 a 08 de abril e as inscrições já estão abertas!

👉🏾 As atividades são para moradores da região de Itacaré-BA, empreendedores locais e adjacências. 

Bora fazer parte? Inscrições até dia 02 de Abril

Como vai ser?👇🏾





👩🏽‍🏫 Laboratório de formação imersivo sobre empreendedorismo como ação para fortalecimento de causas e comunidades.

🗓️ 03 a 07 de Abril | Centro Educacional de Itacaré-CEI | Das 17h às 21h | Privado para alunos selecionados




🗓️ 08 de Abril | Festa de Encerramento | Casa do Boneco | De 18h às 23h | Gratuito

  • Exibição de filmes da Mostra Favela;
  • Cerimônia de entrega dos certificados pros alunos da Escola;
  •  shows com: Negus Jorge, Banda Mussutaíba e Banda Bruta Raça;

Faça sua inscrição AQUI 




💡Quer saber mais sobre Festival MC - Escola de Arte Empreendedora Edição Itacaré-BA? 📲 Chega aqui no IG: https://www.instagram.com/movimento.cidade



19/09/2022

Confiram como foi o XXI Caruru de Ibeji e as Pedagogingas

 Entre os dias 14 e 18 de setembro nos reunimos mais uma vez no nosso território autônomo e ancestral do Quilombo D’Oiti, na realização do XXI Caruru de Ibeji e as Pedagogingas. A Casa do Boneco de Itacaré, junto ao núcleo de coletivos parceiros, segue reafirmando seu compromisso histórico com a construção da liberdade para os povos afrodiaspóricos e originários dessa terra, através do trabalho comunitário organizativo.

Como de costume, a programação reuniu uma série de oficinas, que despertam na prática os diversos saberes e fazeres das cosmovisões africana e indígena, e contribuem para os nossos processos de organização política. Tivemos as oficinas ‘‘Corpo como ambiente de conhecimento’’ com o mestre Paco Gomes, ‘‘Comunicação para incidência política’’ com o grupo da JNPP ( Cipó Comunicação/Coletivo Incomode ), ‘‘Uso das ervas e dos alimentos para a cura do corpo e do espírito’’ com Nádia Akawã e Cacique Ramon Tupinambá, ‘‘Confecção e manipulação de bonecos’’ com Mestre Elias Bonfim, ‘‘Oficina de Rimas’’ com Jahsco M2, ‘‘Toques e Ritmos Afro Religiosos’’ com Taata Marinho Rodrigues, ‘‘Brincadeiras Africanas’’ com Lala Malego e Facul das Crias (Unilab/Malês), ‘‘Laboratório musical Ibori Studio’’ com Fred Aganju e Pekena Akwa, ‘‘Terra e Território’’ com mestre Joelson Ferreira e Felipe Estrela, ‘‘Defesa Pessoal’’ com
Hugo Xoroquê e Jr. Moreira, ‘‘Dança de Reis e Rainhas’’ com Gisele Soares e ‘‘Respiração e dicção para interpretação teatral’’ com Rilton Jr. 




Os Djumbais (roda de conversa) também marcaram a programação, onde importantes lideranças e pessoas atuantes em diferentes frentes de enfrentamento compartilharam suas experiências. O primeiro djumbai reuniu a educadora e mulher-medicina Nádia Akawã Tupinambá, o mestre e liderança da Teia dos Povos Joelson Ferreira, a psicóloga e pesquisadora Débora Martins, com participação do Mestre Jorge Rasta e mediação de Apoena Ferreira, para tratar da temática ‘‘Saúde e alimentação’’ [
assista aqui].


O segundo djumbai foi uma troca riquíssima entre o mestre Jorge Rasta e o professor de Direito Felipe Estrela, sobre aspectos importantes para a ‘‘Defesa Física e Jurídica’’ dos nossos povos e territórios [assista aqui]. No sábado aconteceu o terceiro e último djumbai, onde a partir do tema ‘‘Comunicação e Educação’’ foram apresentadas perspectivas de luta política pelo educomunicador Eduardo Machado, os educadores comunitários Pedro Maia e Fred Aganju, com mediação de Nátali Yamas e participação do mestre Jorge Rasta [assista aqui]. 




A noite do sábado é marcada pelas intervenções artísticas da nossa Cultural, momento em que as/os artistas na casa compartilham suas produções. Começamos com o lançamento do sétimo livro da escritora Rita Pinheiro, e também o lançamento da plataforma Èkó Egbé + livro coletânea Nacionalismo Negro. Na sequência, fomos presenteades com as apresentações de Kenya Jinga, Pedro Blues, Cangaceira, Xaves, Makito, Afro Pecado part. Humberto, Lori Mafoany e Bruno Suspeito. 


É também na noite de sábado que se inicia a produção do Caruru, nosso banquete ritualístico em homenagem aos orixás Ibeji. Os grupos se revezam ao longo da madrugada para cortar quiabos e preparar os ingredientes que irão para o fogo ao amanhecer. Sob o comando do mestre Jorge Rasta, as panelas vão pro fogo e os homens se revezam para mexer, durante horas, o alimento sagrado que logo será compartilhado e servido pelas mulheres: caruru, vatapá, xinxin de galinha, feijão preto, feijão fradinho, milho branco, arroz, farofa de dendê com camarão, banana da terra frita, pipoca, rapadura, cana e doces.


A celebração do Caruru de Ibeji é sempre um momento de grande emoção, de reafirmação de compromissos e de fortalecimento dos laços comunitários, principalmente por que reverenciar Ibeji, que são os orixás crianças, significa ter certeza da continuidade da luta, pois na ancestralidade africana tudo é cíclico. Fomos presenteados com uma apresentação de teatro griô feita pelas crianças sob coordenação de Lala Malego, que trouxe na prática a força e a felicidade que as crianças representam pra nós. O discurso do mestre Jorge Rasta demonstra, mais uma vez, o tamanho da grandiosidade do que estamos construindo, e de que os nossos ancestrais estão nos apoiando a cada passo, nada está desconectado na nossa trajetória!

Para que tudo isso seja possível, há muito trabalho envolvido, antes, durante, e depois do evento. São meses de trabalho árduo de retomada e melhoramento das estruturas do quilombo, bem como as tarefas diárias de manutenção do espaço, infraestrutura, produção dos alimentos, etc. Contamos com o comprometimento do nosso ‘‘núcleo duro’’ de forma permanente, e também com quem chega junto pra colar nos GT’s e fazer o evento acontecer. 



Agradecemos também aos nossos apoiadores, que somam na construção do nosso encontro: ONG Seja Semente, Casa Preta Amazônica, SINDAE, SENASEFE-BA, Silvio Humberto, JNPP ( ONG Cipó ), Professora Aline Mimoso...


E é dessa forma que daremos continuidade à luta dos nossos ancestrais pela liberdade do nosso povo. Estamos alimentados para seguir em frente!


CONFIRAM O REGISTRO FOTOGRÁFICO DE TUDO QUE ROLOU

Coletivos e Instituições participantes:

  1. Abayomi Casa De Cultura
  2. Assentamento Terra Vista/ Teia dos Povos
  3. Centro Comunitário de Audiovisual Luiz Orlando
  4. Centro Esportivo Capoeira Angola - Academia de João Pequeno de Pastinha (Mestre Pé de Chumbo)
  5. Cooperativa Ujamaa
  6. JNPP/Coletivo Incomode
  7. Coletivo Ilarius, Grupo de Estudos Rotas de Fuga
  8. Coletivo Muka Mukaú
  9. Coletivo de Entidades Negras
  10. Coletivo Ginga de Angola - Contra mestre Paulo Magalhães
  11. Climate Justice Camp Belgium
  12. Facul das Crias / UNILAB
  13. GACBA, EXPLOESIA, Grupo de Artes Rita Pinheiro
  14. GAJUP - Grupo de Assessoria Jurídica Popular
  15. Grupo Teatro Circense Andança e Projeto Tribo Mirim Itacaré
  16. Melaninas Acentuadas – UFSB
  17. Rede Batuc
  18. Terreiro Caxuté
  19. Plataforma Colaborativa de Comunicação Popular Ocorre Diário
  20. UFSB
  21. UNEB
  22. UFBA
  23. AATR
  24. Vivertur/ Rede batuc
  25. Quilombo das Flores
  26. Aldeia Ticun
  27. IFbaiano/Valença
  28. Aldeia Coroa Vermelha Pataxó
  29. Maracatu Estrela da Serra
  30. Quase Nativa/ Boipeba






09/08/2022

XXI Caruru de Ibeji de Ibeji e as Pedagogingas

 



De 14 a 18 de setembro a Casa do Boneco de Itacaré (CBI) realiza o XXI Caruru de Ibeji e as Pedagogingas, encontro anual que reúne diversos segmentos de luta racial em torno de práticas e saberes da cosmovisão africana. O encontro acontece na Fazenda Modelo Quilombo D’Oiti, em Itacaré - BA, território autônomo e autogestionado pela CBI, em articulação com núcleos de coletivos parceiros. O tema deste ano é ‘‘Dudu Koju: políticas de enfrentamento para uma vida afrodiaspórica’’, e a programação conta com oficinas, djumbais, apresentações artísticas, além da celebração do Caruru de Ibeji.


Dentro de um processo de luta por reparação dos danos causados pela colonização aos povos africanos e seus descendentes em diáspora, assim como aos povos originários deste território, desenvolvemos diversas formas de enfrentamento em defesa da nossa existência e modo de vida. Ao nos reconhecermos como afrodiaspóricos, afirmamos que somos africanos em diáspora, uma sexta parte do continente africano fora de seu território original por força da diáspora, no nosso caso brasileiro, através do violento processo de colonização e genocídio. 


Em nossa trajetória de mais de 30 anos de organização, reunimos diversas práticas e saberes da cosmovisão africana, de forma circular, através do compartilhamento com outros núcleos e segmentos de luta: nas artes, na educação, na saúde, nas tecnologias, na agricultura, na espiritualidade, entre tantas outras ciências ancestrais do nosso domínio. Estamos em plena construção de um projeto político autêntico, centrado na ocupação e uso coletivo da terra, no sentido do desenvolvimento de um território preto autônomo e auto sustentável, que é uma engrenagem ímpar no processo de luta por reparação racial a nível nacional e internacional. A Fazenda Modelo Quilombo D’Oiti é a materialização dessa proposta!


É para essa construção que convocamos toda nossa comunidade afrodiaspórica e originária, famílias pretas, educadores/as, artistas, militantes, mestres, mestras, lideranças religiosas de matriz Afrikana, para nos aquilombarmos mais uma vez em torno dos nossos saberes ancestrais, que é o que nos manteve vivos/vivas apesar de toda violência sofrida ao longo dos últimos séculos. Celebraremos o nosso tradicional Caruru de Ibeji, em reverência aos orixás-crianças, que representam a nossa continuidade e certeza do amanhã!


SERVIÇO:


O QUE: XXI Caruru de Ibeji e as Pedagogingas

QUANDO: 14 a 18 de Setembro de 2022

ONDE: Fazenda Modelo Quilombo D’Oiti - Itacaré/BA

INSCRIÇÕES: https://forms.gle/1x3oPmP5tFbxjjLh9

CONFIRA A EDIÇÃO ANTERIOR: https://casadoboneco.blogspot.com/2021/10/cbi-realiza-xx-caruru-de-ibeji-e-as.html

CONTATO: (73)9 9170-5167

(73)9 8879-1015




23/02/2022

Projeto Agbara Obinrin


 O projeto Agbara Obinrin (Poder Feminino), foi contemplado pelo Edital Mulheres em Movimento 2021, financiado pelo Fundo Elas+, com ele serão desenvolvidas atividades de fortalecimento institucional e de lideranças comunitárias, além de formações políticas sobre agroecologia, bioconstrução, educação financeira e cursos profissionalizantes para mulheres e jovens.

A primeira etapa do projeto será o Diagnóstico e Planejamento Territorial do Quilombo D'Oiti pós enchente, entre os dias 25 de fevereiro e 02 de março.

A atividade será coordenada em parceria com Etnicidades - Grupo de Estudos Étnicos e Raciais em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia - UFBA e será direcionada a 09 famílias que são beneficiadas diretamente com as ações da Casa do Boneco de Itacaré.


"Se Palmares não vive mais, faremos Palmares de novo" J.C. Limeira



03/01/2022

I Mutirão de Reconstrução da Fazenda Modelo Quilombo D'Oiti.



No dia 05 de janeiro de 2022 (quarta), iniciaremos o I Mutirão de Reconstrução da Fazenda Modelo Quilombo D'Oiti. 

Após os inestimáveis danos causados pelas enchentes na Bahia, contamos com toda a ajuda necessária para retomar a ocupação do nosso quilombo!

✅ Travessia a partir das 8h;

✅ Utensílios necessários: vassoura, rastelo, baldes, botas, máscaras, álcool em gel, luvas, rodo e facão;

✅ Quem for dormir terá que trazer barraca;

✅ Confirmar presença até 04 de janeiro através do contato de Dani Jeje: (73) 98879-1015.

Obs.: continuamos arrecadando doações nos pontos de coleta em Itacaré e Salvador!


"Se Palmares não vive mais, FAREMOS PALMARES DE NOVO!"

- José Carlos Limeira




Fomos atingidos pelas fortes chuvas que caíram na região Sul da Bahia desde o último dia 24. A Fazenda Modelo Quilombo D'Oiti está situada no município de Itacaré, no território do Quilombo Santo Amaro às margens do Rio de Contas. Com o grande volume de chuva e aumento do nível do rio, nossas estruturas foram invadidas pela água, causando uma série de danos que ainda não conseguimos mensurar. Além de nós, tem pelo menos outras duas famílias desalojadas na comunidade. A Casa do Boneco de Itacaré convoca a todes a somar nessa campanha para enfrentamento dos impactos causados pela chuva no nosso quilombo. Fortaleça como puder!


Vídeo da Enchente

25/10/2021

CBI realiza XX CARURU DE IBEJI E AS PEDAGOGINGAS


Entre os dias 13 e 17 de outubro a Casa do Boneco de Itacaré (CBI) realizou a vigésima edição do Caruru de Ibeji e as Pedagogingas, sediado pela primeira vez na Fazenda Modelo Quilombo D’Oiti. Com o tema ‘‘Terra, Água e Comunicação - Quilombo D’Oiti: uma possibilidade nos dias da destruição’’ o evento reuniu cerca de 200 pessoas em torno de práticas ancestrais africanas, numa vivência real de aquilombamento e organização comunitária negra em um território autônomo. 



A experiência vivida no encontro em 4 dias está situada em um processo histórico muito maior, que começa muito antes, desde o intenso trabalho realizado nos últimos meses pra revitalização do espaço, como o início da sua ocupação em 2005, a trajetória de luta política da CBI nas últimas três décadas ou mesmo o final do século XVIII quando o território abrigou o terceiro maior quilombo da história do Brasil, o Quilombo do Oitizeiro. É nesse sentido de continuidade histórica que a comunidade negra é convocada à construção de um projeto de vida coletivo, centrado na autonomia e autodeterminação dos nossos territórios a partir da cosmovisão africana.


Nas pedagogingas, o compartilhamento dos saberes se dá pela prática da vivência entre os coletivos, comunidades e organizações envolvidas, interação entre as gerações, criação de rede, trocas de experiências e o fortalecimento dos vínculos, além da formação teórico-prática através das oficinas e a ampliação dos debates com os Djumbais*. Foram 15 oficinas e 3 djumbais temáticos, além de intervenções artísticas compondo a programação híbrida, que contou tanto com atividades presenciais quanto online.



CONFIRA ÁLBUM DE FOTOS DAS PEDAGOGINGAS 

CONFIRA O ÁLBUM DE FOTOS DO CARURU

CONFIRA COMO  FOI O DJUMBAI TERRA

CONFIRA COMO FOI O DJUMBAI ÁGUA

CONFIRA COMO FOI O DJUMBAI COMUNICAÇÃO


O encontro culmina com a celebração do Caruru de Ibeji, tradição mantida pela Casa do Boneco há 20 anos. O banquete ritualístico em homenagem aos orixás-crianças é produzido coletivamente sob supervisão do mestre Jorge Rasta, em um processo que  inicia na noite do sábado e perdura pela madrugada, finalizando na manhã do domingo. São confeccionados os pratos tradicionais relacionados aos orixás, que em conjunto, formam o banquete do Caruru, servido em uma grande celebração na tarde do domingo. Tambor, fartura, dendê, suor, força, trabalho e felicidade, o Caruru de Ibeji sela um compromisso ancestral com a continuidade do nosso povo, através das crianças. 



Em tempos de destruição, onde a supremacia branka e seus tentáculos seguem nos escravizando, adoecendo e promovendo nossa morte, o quilombo é uma possibilidade não apenas de sobrevivência, mas de existência ao nosso modo, e é na ancestralidade afrikana que encontramos o fundamento que nos mantém vivos. Seguimos de pé e focados na construção da nossa emancipação por todos os meios necessários!



Coletivos/Comunidades:


Kasa de Maat, Cooperativa Ujamaa, Zion House Reggae Camping, Assentamento Terra Vista, Grupo Griô Ayá, Afrociclo, São Caetano Resistência, Bloco afro Idará, Coletivo MUSAS, Coletivo JACA, Coletivo de Entidades Negras, Terreiro Baba Omi Nide, Coletivo Cafe das Pretas, UNILAB - Malês, Revolution Reggae Coité, ÌTÀN - Coletivo da UFSB, Afoxé Kambalagwanze, Griolab, Aldeia Catarina Paraguaçú, Quilombo Flores, Quilombo Jequitibá, Quilombo do Engenho da Ponte - Cachoeira BA

Coletivo casa Monxtra, Coletivo de mulheres Antiproibicionistas do interior da Bahia – COMAIB, Slam Das Minas Ba, Ilè Àṣẹ Ọya Ni, Candaces - Rede Nacional de Lésbicas e Bissexuais Negras e Feministas, UESC, UFBA, IPEAFRO.


OFICINAS

Kemetic Yoga - Rekhet Yoga e Rosa Natalino (online)

Teatrinho Griô Ayá - Lala Malego (online)

Percussão - Kinho Percussionista (online)

Desenhos básicos pra esculturas - Júlio Costa MUSAS (online)

Contação de histórias: Criando e Contando - Anna Luísa – Projeto Crianças de Axé (online)

Teatrinho Griô Ayá - Luz Marques e Vitor Navar

Terra, território e Agroecologia - Mestre Joelson Ferreira

Confecção de Bonecos - Mestre Elias e Adriana Rosário

Corpo Costurando Poesia - Lua Preta e Jam Sankofa

Teatro do Oprimido - Carlos Matias

Kemetic Yoga - Kofi Heru e Ana Luzia Wadjet

Canoa Polinésia  - Thiago Dias

Corpo como ambiente de autoconhecimento - Paco Gomes

Defesa Pessoal - Gabriel Garcia

Manipulação de Bonecos - Mestre Elias e Adriana Rosário

Capoeira Holística - Mestre Wellington

Escrita Criativa - Fabiana Lima



APOIO/AGRADECIMENTOS:


Kasa de Maat, Meire Kazumbá, Cooperativa Ujamaa, Sinasefe, Sindade, Werê, Diego de Bidal, Teia dos Povos, Assentamento Terra Vista, Coletivo Casa Preta, Quilombo do Engenho da Ponte, Aline Mimoso, Casa de Cultura Tainã, Sílvio Humberto, Marcelino Galo, Ivana, Pousada e Navio Camping Pop, Pousada Odoyá, Pousada Cristal e Gráfica XColorum.


10/10/2021

Confira tudo que vai rolar nas Pedagogingas 2021 !!

 QUARTA-13/10
( Todas as oficinas serão online)

Se inscreva aqui

- 09:30 às 10:45 - Kemetic Yoga ( Rekhet Yoga e Rosa Natalino )
- 10 às 12H – Teatrinho Griô: Adê Ewè ( Malego Lalá )
- 14 às 16H – Escrita Criativa ( Nega Fya )
- 18H às 20H - Contação de histórias: Criando e Contando ( Anna Luísa – Projeto Crianças de Axé )

QUINTA -14/10
(Todas as oficinas serão online)

- 14 às 16H - Teatrinho Griô: Brincadeiras Afro indígenas ( Malego Lalá )
- 16 às 17:30 – Percussão: Áfrika raizes ( Kinho percussionista )
- 17:30 às 19h – Desenhos básicos para esculturas ( Julio Costa – Coletivo MUSAS )

19H - Djumbai: TERRA ( híbrido com (transmissão ao vivo pelo facebook e youtube da CBI e site Socializando Saberes )


Mediação: Mestre Jorge Rasta

Convidadxs:  Anin Urasse,  Mestre Joelson,  Hegair Neves e  Apoena Ferreira


OBS: As oficinas de sexta e sábado serão presenciais - se inscreva aqui

SEXTA 15/10

08 às 12:30 - Oficinas

- Kemetic Yoga ( Kofi e Ana Luzia )
- Capoeira Angola – M. Cobra Mansa
- Teatrinho Griot: brincadeiras Griot Ayá
- Confecção de Bonecos ( Adriana Rosário )

13:30 às 15:30 – Oficinas

- Manipulação de bonecos ( M. Elias )
- Confecção de Mine Tambores ( Hugo Xoroquê)
- Corpo como ambiente de auto conhecimento ( Paco Gomes )
- Corpo Costurando Poesia ( Jam San’Kofa e Lua Preta )
- Teatro do Oprimido ( p/ crianças )

16H – Cerimônia de abertura ( transmissão pelas redes sociais da CBI )

19h - Djumbai: ÁGUA ( híbrido com (transmissão ao vivo pelo facebook e youtube da CBI e site Socializando Saberes )

Mediação: Kênia Barreto

Convidadxs:  Rosa Natalino,  Elionice Sacramento,  Edmilson Barbosa e  Valderly Cazais

SÁBADO 16/10

08 às 12:30 - Oficinas

- Canoa Polinésia ( Thiago Dia )
- Teatrinho Griot: brincadeiras griot Ayá
- Kemetic Yoga ( Kofi e Ana Luzia )
- Rimas ( Jahsco )
- Terra, Território e Agroecologia ( M. Joelson )
- Confecção de Bonecos ( Adriana Rosário )
- Defesa Pessoal ( Gabriel Garcia )

14:30 às 16:30 – Oficinas

- Defesa pessoal p/ crianças ( Gabriel Garcia )
- Corpo como ambiente de auto conhecimento ( Paco Gomes )
- Corpo Costurando Poesia ( Jam San’Kofa e Lua Preta )
- Manipulação de bonecos ( M. Elias )
- Teatro do Oprimido (p/ jovens e adultos )

17H - Djumbai: COMUNICAÇÃO ( híbrido com (transmissão ao vivo pelo facebook e youtube da CBI e site Socializando Saberes )

Mediação: Nátali Yamas

Convidadxs: Mestre TC Silva, Zelinda Barros e Ifatolá Olukemi

19H – Cultural ( transmissão pelas redes sociais da CBI )

Thiago Lapera, Bell Castro, Comando7tres, Bruno Suspeito, Ntu, Negus Jorge, Lori Mafoany, Afro Pecado, Natali Yamas, Nega Fya, Rita Pinheiro e Bruno Congo.

- Vivência: Culinária Ancestral - produção do caruru  ( M. Jorge Rasta )


DOMINGO 17/10


- Vivência: Culinária Ancestral - produção do caruru  ( M. Jorge Rasta )


14H – CARURU ( aberto ao público )


Informações: (73)9 8870-1015 / 8118-5280 / 9961-1514




25/09/2021

Fazenda Modelo Quilombo D'Oiti

 

 O que é a Fazenda Modelo?

A Fazenda Modelo Quilombo D´Oiti tem como visão se tornar um centro de desenvolvimento afro comunitário baseado na aprendizagem auto-sustentável, considerando, prioritariamente os seguintes princípios:

Etno racial

Trabalho de reapropriação da identidade afro-descendente, para elevar o valor e a beleza da cultura negra, e, sobretudo, para a contestação, a reparação e a afirmação da posição dos negros e negras na sociedade atual, em decorrência dos estragos históricos que lhe foram feitos.

Ecológico

Princípio que acompanha a busca etno racial, pois o povo africano é ecologista e a sua forma de vida ancestral está toda relacionada aos elementos da natureza . A proposta da fazenda é alicerçada em princípios da permacultura e da agroecologia no esforço de estar ecologicamente correta, harmonizando todas as ações, onde a conservação e o saber da natureza tem que acompanhar os outros saberes.

Sócio econômico

Proposta de organização e produção coletiva, de “inclusão” e reintegração social, que promova o desenvolvimento local e fortaleça as relações entre as pessoas, a partir de valores de organização coletiva herdados das sociedades indígenas, africanas e quilombolas. Tem na Economia solidária uma referência pois além da vivência associativista, almeja a implementação do cooperativismo nos próximos meses.

Cultural

Símbolos e significados de um modo de vida peculiar das comunidades negras descendentes no Brasil de africanos escravizados.

Espiritual

A vivência do Candomblé enquanto religião de matriz africana que além de ser fonte de sabedoria, fortalece as energia espirituais, a identidade ancestral garantindo a sustentabilidade espiritual de todas as ações.

O entendimento da proposta da Fazenda Modelo Quilombo D’Oiti, perpassa a visualização dos seguintes eixos centrais:

1) Implementação de Vila Comunitária

2) Educação

3) Serviços de Turismo Étnico de Base Comunitária

4) Auto Sustentabilidade Econômica


 Nossa abordagem em TEBC

O Turismo Étnico de Base Comunitária (TEBC) não significa apenas inserir a comunidade, muito menos se restringe a um novo setor de mercado. É um fenômeno social complexo pois visa resignificar códigos e símbolos a partir da compreensão da realidade local e da identidade negra. Os protagonistas desse destino são sujeitos e não objetos do processo. Promove a qualidade de vida, o sentido de inclusão, a valorização da cultura local e o sentimento de pertencimento.
Em relação aos aspectos étnicos, trata-se de fenômenos sociais que refletem as tendências positivas de identificação e inclusão de certos indivíduos num grupo étnico. A distintividade dessa identidade, para caracterizar um grupo étnico, deve se remeter a noções de origem, história, cultura e, até, raça comuns.


TEBC implica não apenas a interpretação simplista e estereotipada de um grupo social étnico desfavorecido que recebe outsiders curiosos e ávidos pelo exotismo em seu convívio cotidiano, para o aumento de sua renda e melhoria social, mas antes de tudo, significa encontro e oportunidade de experiência compartilhada. Para Jovchelovithc (1998) é no encontro que saberes sociais se produzem e são renovados laços de diferença e solidariedade, que envolvem o sentido de comunidade e pertencimento.

Esse turismo tem como premissas básicas:

a) Base Endógena da Iniciativa – desenvolvimento local de dentro para fora – o turismo surge de uma demanda social a partir de uma proposta que emerge da comunidade afro descendente organizada , propondo uma atuação que visa o desenvolvimento local.

b) Participação e protagonismo social no planejamento, atuação e implementação de projetos turísticos

c) Escala Limitada e impactos sociais e ambientais controlados.Primeiro plano passa a ser a sustentabilidade social e ambiental e não a exploração econômica.

d) Geração de benefícios diretos à população local – tem que assegurar dispositivos e mecanismos para que os recursos sejam reaplicados em projetos de melhoria de qualidade de vida a partir das demandas locais e para o coletivo.

e) Formação cultural / Inter culturalidade - Não apenas qualifica o produto / dialoga com outras culturas

f) O encontro como condição primordial - Encontro entre individualidades – compartilhar e aprender mutuamente. Entre “o que recebe” e “o que é recebido” para a troca de valores reais e destes com o ambiente em que interagem. Experiência integral do turista. Pertencimento, afirmação das identidades.