''Cozinhar o pensamento é cozir o quiabo e partilhar para o povo'' (Mametu Kafurengá)
O povo preto reunido pela 16º vez em torno do alimento ancestral - o Caruru de Ibeji - se aquilombou na Casa do Boneco entre 28/09 e 01/10 para cozinhar ideias e realizar as Pedagogingas, práticas educativas pautadas no imenso legado de saberes da cosmovisão afrikana. A Escola do Tambor é o projeto de escola preta proposto como espaço de manutenção desses saberes e fazeres, validando os conhecimentos tradicionais transmitidos pelos mais velhos e os reconhecendo enquanto nossos professores. O jogo de búzios é nosso primeiro computador, o tambor a primeira internet, os fios de contas nossa matemática, a encruzilhada nossa pedagogia. Pensar e construir uma escola que dê conta de nossa existência enquanto povo foi o que nos moveu durante esses 4 dias de encontro, assim como é um compromisso para os outros 361 dias do ano.


As mesas, os djumbais (roda de conversa), as oficinas, as intervenções artísticas, os GT's, os rituais e toda vivência proporcionada pela arte do encontro foram ingredientes colocados nesse caldeirão, gerando um alimento que nos fortalece o corpo, a mente e o espírito. E nesse sentido, jovens, idosos, crianças, educadores, mestres tradicionais, artistas de rua, poetas, grafiteiros, pixadores, pretos e indígenas numa gira de saberes compartilhados vieram discutir, praticar, afirmar e multiplicar a pedagoginga da Escola do Tambor.

A juventude preta, ativa e consciente, trouxe para o djumbai ‘‘A escola que precisamos para o mundo que desejamos’’ a importância de uma escola que leve em conta princípios comunitários, para além de discutir a escola como um espaço físico, mas refletindo o que deve ser oferecido de conteúdo. É preciso romper com o latifúndio do saber, que enxerga o conhecimento enquanto mercadoria, e construir uma educação diferenciada em todos os aspectos, referenciada nos mais velhos e carregada de nossa identidade. Experiências como a Biblioteca Comunitária Zeferina-Beiru, o grupo Resistência Poética, o Slam das Minas BA, a Escola Caxuté, o Grupo de Ação Interdisciplinar em Agroecologia- GAIA, movimento Hip Hop e Casa do Boneco são exemplos do protagonismo da juventude preta em ações comunitárias, que tem utilizado da arte e cultura para enfrentar o racismo e fortalecer suas comunidades.
No Djumbai ''Conteúdos pedagógicos afro e indígena para a educação infanto juvenil'' Solange Brito trouxe relatos da experiência do Assentamento Terra Vista (Arataca-BA) com a educação do campo, quando em um processo de ocupação de terra nasce uma escola de lona preta, de conhecimento popular e tradicional, que sob muita luta veio a se tornar o Centro Florestan Fernandes. O professor José Carlos (IF Baiano- Uruçuca) discute a etnomatemática a partir das Jóias de Asé, observando códigos impressos no fio de contas como padrão de cores, tamanhos e formas que dizem respeito ao espaço que aquela pessoa ocupa no terreiro, além das contas para trabalhar multiplicação, soma e divisão a partir da identidade dos educandos pretos e de terreiro. Mametu Kafurengá (Valença-BA) ressalta a importância de validarmos o conhecimento de nossos verdadeiros professores, os educadores presentes em nossos espaços religiosos, traz a experiência do Terreiro Caxuté como ponto de partida para repensarmos práticas pedagógicas. O Taata Marinho Rodrigues fala sobre a sua universidade, o Terreiro Matamba Tombenci Neto (Ilhéus), onde aprendeu com os seus doutores e doutoras mais velhos, como a sua mãe Mametu Ilza Mukalê que recentemente recebeu o título de doutora honoris causa, ressaltando que quem ganha com isso é a universidade, pois mesmo com todo legado de conhecimento resguardado pela matriarca, não será dado a ela espaço pra dar aula numa universidade. A professora Flávia Alessandra (UESC) fala de sua caminhada referenciada em suas avós, bisavós, nas escolas de samba e nos movimentos de resistência cultural negra.






Família Carvalho
Comunidade Rural Auxiliadora
Comunidade Rural Dilma Hooseff
Comunidade Rural ASAJUS
Assentamento Terra Vista
Acampamento Estrela D'alva
ECOBAHIA - Instituto Baiano de Desenvolvimento Ambiental e Sócio Produtivo
Teia dos Povos
Coletivo Nova 10ordem
SINDAE - Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia
SINASEF - Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica
NEABI / IF Baiano - Campus Uruçuca
GAIA - Grupo de Ações Interdisciplinares em Agroecologia
Curso de Licenciatura em Educação do Campo - UFRB Amargosa
Secretaria Municipal de Juventude, Esporte e Cultura de Itacaré
Secretaria Municipal de Educação de Itacaré
Comissão Organizadora do Encontro Nacional de Agroecologia - ENGA
Bananas Hostel
Pousada Itacaré
Pousada Cristal
Pousada Casa Jorge Amado
Pousada Billabong
Vereador Silvio Humberto
MS Locadora
Biblioteca Comunitária Zeferina-Beirú
Cine do Povo
Baile Pelo Certo
PROS
Comunidade Caxuté
Fúria Consciente
Resistência Poética
Slam das Minas/BA
A Rua Se Conhece
Afro Ragga
Jomária Soledade
Gisele Soares - Deusa do Ilê 2017
Hundira Cunha - Escola Agrícola Comunitária Margarida Alves
Vivian Oyaci
Kety Kim
Professora Flávia Alessandra
Tata Marinho Rodrigues
Professor José Carlos Dias
Hegair Neves
MR Lagos
Alfredo Neto
Maristela
EQUIPE DE REGISTRO COLABORATIVO:
Nátali Yamas
Fagundes Fotografia
Suama Akoni
Loli Carol Mota
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Parte 1:
Parte 2:
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Nátali Yamas
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Parte 1:
Parte 2: