As malas estão prontas, os
corações ansiosos e felizes. Voltaremos para África!
Hoje, dia 19 de maio de
2015, o Coletivo Casa do Boneco de Itacaré- Quilombo D’oiti embarca pela
segunda vez rumo à Terra Mãe África, mais especificamente para Guiné Bissau,
país que acolhe o projeto de intercâmbio ‘‘Ajeum Ajeumbó’’, cuja proposta visa
uma troca de experiências, saberes e fazeres da cultura africana e
afro-brasileira quilombola.
A equipe composta por seis
membros passará um mês desenvolvendo atividades na capital Bissau e no
arquipélago Bolama-Bijagós, principalmente na Ilha de Bubaque onde está
localizada a anfitriã institucional, a Associação Nô Kultura. As atividades
englobam oficinas de capacitação nas áreas de comunicação comunitária,
audiovisual, artesanato, estética, capoeira angola, teatro de bonecos, dança e
percussão afro-brasileiras, e discussões voltadas para o turismo de base
comunitária e empoderamento da comunidade. Também acontecerão apresentações
artísticas como espetáculo de dança, elaboração de ensaios fotográficos e
vídeo-documentário. O trabalho faz parte da programação do II Festival de
Gastronomia do Paraíso das Ilhas Bijagós, evento o qual a Casa do Boneco é único
convidado internacional a representar a culinária afro-brasileira.
O projeto de intercâmbio
conta também com apoio de outras organizações como a ADEMA, o Centro de Cultura
do Brasil em Guiné Bissau (CCBGB). Não podemos deixar de citar o apoio
essencial de amigo@s e companheir@s de luta que colaboraram das formas mais
diversas para que o projeto pudesse se tornar realidade.
Esse retorno possui um
significado inestimável para a Casa do Boneco, instituição brasileira cujas
práticas sempre buscaram uma reapropriação dos saberes ancestrais africanos, um
reconhecimento da história que nos foi negada devido à todo processo de
colonização escravagista sofrido pelo povo negro, e que hoje nos incita à lutar
pela liberdade, através da cultura, da educação e do afro pertencimento. Pisar
em solo africano é uma oportunidade de reforçar os laços entre os países e seus
povos, através da identidade que nos faz irmãos.
Estamos munidos das forças
ancestrais que guiam os caminhos, pedimos Asé e permissão para que juntos
possamos oferecer, aprender e ensinar um pouco do imensurável legado que África
constitui em nossas vidas e em toda a humanidade. Faremos o caminho de volta!
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