27/07/2013
Mapa colaborativo de cineclubes baianos é lançado na internet
O
projeto Quilombo In Cena lança, nesta sexta-feira, o Mapa
Colaborativo dos Cineclubes da Bahia. A ferramenta, utilizada através
da internet no endereço http://quilomboincena.tk,
ficará disponível para que cada cineclube baiano realize seu
cadastro, respondendo a um formulário com dados básicos e relatos
da experiência desenvolvida em cada comunidade. A partir do endereço
fornecido no formulário, a localização do cineclube é marcada e
associada a fotos ou vídeos produzidos pelos cineclubistas.
Para
este trabalho, financiado pelo Fundo de Cultura da Bahia, o projeto
conta ainda com a parceria do Conselho Nacional de Cineclubes (CNC),
da União de Cineclubes da Bahia (UCCBA), da Casa do Boneco de
Itacaré, Rede Mocambos e da empresa de tecnologia 3Ecologias . “A
divulgação será feita também através de listas de discussão e
fóruns cineclubistas. Queremos reforçar o caráter colaborativo do
processo com a participação direta dos cineclubistas na construção
do mapa”, informa Thaís Brito, responsável por esta etapa do
projeto.
Fórum
Baiano de Cinema Comunitário
Além
de permitir uma visualização da distribuição geográfica e do
funcionamento dos cineclubes baianos, o processo do mapeamento também
é uma etapa da mobilização para o Fórum Baiano de Cinema
Comunitário, que acontecerá entre 29 de outubro e 03 de novembro,
na comunidade quilombola de Lagoa Santa, em Ituberá (BA). O
Fórum reunirá
representantes de cineclubes e outras experiências comunitárias na
área do cinema para cumprir uma programação de discussões
organizada a partir dos eixos: Produção - caminhos e possibilidades
para desenvolvimento e difusão do cinema negro em comunidades; e
Distribuição e acesso – desafios e perspectivas do acesso de
comunidades rurais ao cinema brasileiro e ao cinema negro.
No
turno oposto às atividades do Fórum será realizada a Mostra
Audiovisual Quilombo In Cena, com a exibição de filmes
documentários, curtas e longa metragens focados em conteúdos
étnicos raciais. Cada filme será debatido com a participação de
mestres e mestras da cultura popular e lideranças comunitárias e
quilombolas de todo o país.
A
proposta é fortalecer os cineclubes para ampliar o acesso ao cinema
por comunidades rurais, especialmente as que são remanescentes de
quilombos. De acordo com Say Malta, que coordena o projeto,
“o fortalecimento
da rede de cineclubes e outras experiências de cinema comunitário
em comunidades rurais e periféricas é fundamental para a
democratização do acesso. Essas localidades e seus moradores estão
excluídos dos circuitos comerciais de produção e distribuição”
O projeto distribuirá também um kit e um catálogo de filmes com
recorte étnico-racial, propondo o enfrentamento da visão
fragmentada, inferiorizada e invisibilizada do negro em relação à
sua história e identidade afro brasileira e africana.
Serviço
Mapeamento
Colaborativo de Cineclubes da Bahia
Contatos: quilomboincena@gmail.com
Say
Adinkra (Coordenadora Quilombo Incena) saynoitescomsol@gmail.com /
73.9133.4104
Thaís
Brito (Mapeamento Cineclubista)
taisoueu@gmail.com
71.9178.9778
Casa do Boneco anuncia XII Caruru de Ibeji e as Pedagogingas 2013!
Para os amig@s, companheir@s se organizarem e para anunciar nossa ousadia, de, em condições materiais muito ruins, não abriremos mão de nossa celebração e do exercício da nossa ginga antirracista pra ensinar outro mundo às famílias.
ACEITAMOS DOAÇÕES E APOIOS!
EM BREVE SAI A PROGRAMAÇÃO!
Marcha Nacional contra o genocídio do povo negro! Marcharemos!
"Precisamos
estar bem vivos para cuidar dos nossos mortos assassinados, para cuidar
dos sonhos violentados dos vivos que perderam os seus... temos que
estar bem vivos como alguém que, na beira de um precipício, com a
sensação de estar seguro por um fio de cabelo apenas, respira e percebe
que há um cipó robusto, sustentando-nos em axé e africanidade..." Casa do Boneco
Núcleo Bahia de Formação Continuada da Rede Mocambos integra Brigada de Audio Visual dos Povos.
Entre
19 e 21 de julho, o Assentamento Terra vista (Arataca BA),
sediou o "Encontro de Produção Audiovisual e Comunicação
Comunitária", o encontro reuniu diferentes coletivos: MST, Rede
Mocambos, NEPPA (Núcleo de estudos e Práticas Agrárias), GAIA
(Grupo de Ação Interdisciplinar em Agroecologia), além de
integrantes da Teia de Agroecologia dos Povos da Cabruca e da Mata
Atlântica e do Projeto Tabuleiros Digitais.
O
encontro consolidou a Brigada de Audiovisual dos Povos, coletivo que
integra os diferentes movimentos reunidos no evento, com o objetivo
principal de formar multiplicadores de audiovisual que consigam
estruturar a comunicação em suas comunidades, tendo a apropriação
do audiovisual como uma estratégia central que além de fortalecer a
identidade comunitária, incentiva a produção de nossos próprios
conteúdos, fortalecendo a luta.
Para
o Núcleo Bahia de Formação Continuada, o encontro foi o início da
construção do Núcleo de comunicação da Teia de Agroecologia dos
Povos da Cabruca e da Mata Atlântica. Depois do Encontro na Casa de
Cultura Tainã, assumimos uma missão com nosso território em
fortalecer a perspectiva de comunicação comunitária, apropriação
tecnológica, especialmente com as ferramentas da rede.
"A
integração com a Brigada de Audiovisual reforça princípios de
solidariedade e colaboração entre saberes e fazeres, levando em
conta o respeito e as especificidades das comunidades onde estamos
construindo outros modos de sociedade, rebeldia e humanização
das relações. Não foi difícil perceber que os objetivos do nosso
Núcleo e da Brigada, são convergentes, vamos caminhar na força dos
frutos desse encontro",
afirma Say Adinkra, articuladora da Rede Mocambos.
Ao
longo dos próximos meses, já temos a sinalização de uma
importante agenda que dará continuidade ao processo:
-
Agosto: Mutirão Casa do Boneco - atualização das ferramentas da
rede e organização de conteúdos / intervenção no telecentro do
Quilombo Lagoa Santa
-
Setembro: Brigada Audiovisual realiza mutirão e oficinas durante o
XII Caruru de Ibeji e as Pedagogingas
-
Outubro: Mostra Quilombo Incena e Fórum Baiano de Cinema Comunitário
IV Encontro Nacional da Rede Mocambos: " Não temos que ser incluídos, temos que ter direito de produzir tecnologias."
O IV Encontro Nacional da Rede Mocambos reuniu representantes de vários estados do país, para tratar dos Núcleos de comunicação quilombola que estão em fase de estruturação em diferentes estados pelos Núcleos de Formação Continuada. Na Bahia, a Casa do Boneco está coordenando o processo com a articulação com comunidades quilombolas, com a Teia de Agroecologia e mais recentemente, iniciando uma articulação com a Brigada de Audiovisual dos Povos.
O encontro na Casa de Cultura Tainã, foi iniciado revisitando o sentido da Rede, que remete ao quilombo de Palmares para “beber” nos
princípios de respeito, resistência e luta conjunta.
Na rede, deve-se fortalecer a comunicação como instrumento
importante, o tambor como elemento ancestral que comunica e a
tecnologia como aparato tecnológico pode auxiliar no processo,
modificando a concentração de poder deste instrumento (e há outros
também, como as sementes). É preciso se reapropriar, produzindo e
criando tecnologias. A tecnologia do tambor, por exemplo. As
tecnologias foram necessárias para nossa sobrevivência e o tambor é
essencial para nós. Ele está presente na vida da terra, assim como
na vida da gente.
A filosofia
do baobá e do tambor é central na Mocambos: está a serviço
da humanidade, oferece sentido ao mundo e compromisso político de
nunca mais se deixar de lutar.
Rede, Tecnologia e Software Livre
O trabalho que a Rede tem construído, caminha no sentido de pensar território físico, simbólico e digital, além de territorialidade, numa perspectiva de descolonização, tendo o tambor, o baobá e o desenvolvimento de ferramentas digitais como algumas de suas estratégias.
O
Brasil está seguindo um processo de desenvolvimento que vai
explorar cada vez mais recursos naturais e as comunidades locais, e
a rede se propõe a ser diferente. Não há nenhum movimento social
que está contrapondo esse processo. E para isso está se pensando a
necessidade de fortalecimento da rede para justamente contrapô-lo.
Há diálogo com o Estado, mas as vitórias virão pelo processo de
luta mesmo.
Estamos
com um pedaço de terra digital, e juntos discutimos quem quer
cuidar e manejar esse território, fazendo em conjunto os plantios.
E não tem como plantar sem ter conhecimento das ferramentas. Se
você quer autonomia, você tem que ter o conhecimento. E tentar
fazer sem ferramentas vai ser muito mais difícil. Estamos devagar,
mas num processo que tem fundamento. Acreditamos nisso por que há
400 anos de história de resistência. O que possibilita propor uma
terra digital diferente é a luta, que passa para o espaço digital
todo o fundamento da nossa história.
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