27/06/2015

Canjerê Cultural Ajeum Ajeumbó

Brasil e Guiné-Bissau: o oceano nos separa mas o sangue nos faz irmãos! 



Após um mês de aprendizados e experiências em seu segundo intercâmbio para a Guiné-Bissau, o coletivo Casa do Boneco- Quilombo D’Oiti convida à todxs a compartilharem um pouco dessa vivência no Canjerê Cultural Ajeum Ajeumbó. 

A ancestralidade que une os países e seus povos está presente em elementos como o vestuário, a estética, a gastronomia, a língua, a religiosidade, dança, música e tantos outros fatores em comum que fortalecem os vínculos identificação e parceria. Participando desse evento você contribui com a disseminação da cultura africana e afro-brasileira além de fomentar o empreendedorismo juvenil comunitário.

--------PROGRAMAÇÃO----------------

OFICINAS/ TARDE: 

-De 14:00h às 18:00h Oficina de Culinária Guineense e Afro Brasileira (inscrição $50,00) - 10 VAGAS

-De 14:00h às 18:00h Oficina de Penteados Guineenses e Turbantes (inscrição $30,00 somente a oficina; $80,00 com direito à turbante com tecido africano) - 20 VAGAS

Inscrições no link: http://goo.gl/forms/xXZeDZdWK3

NOITE CULTURAL – à partir das 18:30h

-Djumbai Ajeum Ajeumbó: Intercâmbio Brasil/ Guiné-Bissau
-Exibição audiovisual 
-Exposição de peças e artefatos religiosos 
-Desfile
-Bazar
-Atrações musicais 

DEGUSTAÇÃO DE PRATOS ($20,00):

• Arroz com combé 
• Macundé D’Oiá 
• Mango cozida

BEBIDAS:

• Sumo: cabaceira, furoba, veludo e onjo- $5,00
• Carulanche (drink)- $3,00

EVENTO NO FACEBOOK: https://www.facebook.com/events/834118890014528/?__mref=message_bubble

05/06/2015

Conclusão das oficinas em clima de festa!!


Na última quinta-feira (04/06/15) jovens do Brasil e da Ilha de Bubaque (Guiné-Bissau) celebraram uma união que aponta para o futuro: a cerimônia de entrega dos certificados de participação nas oficinas de capacitação do II Festival de Gastronomia do paraíso das Ilhas Bijagós. 



A cerimônia aconteceu no Centro de Multimídia Comunitário Tenbenkan e contou com a presença de representantes da administração local e de instituições parceiras, como a Casa do Boneco, a ASAD, a Casa do Meio Ambiente e secretaria do Turismo. Após uma fala de cada representante da mesa, a Casa do Boneco recebe diploma de associação parceira e participante do Festival de Gastronomia. Em seguida, os representantes das oficinas de comunicação comunitária, audiovisual, artesanato, capoeira angola, estética, dança e percussão afro-brasileiras entregam certificados aos jovens participantes.




















Após a entrega dos certificados houve uma grande apresentação com a banda de percussão afro-brasileira e o grupo de dança fruto das oficinas.  Como bons africanos que somos, concluímos a nossa atividade com um jogo da amizade, trocando presentes e abraços. Para os participantes, esses cursos significam um primeiro passo de uma relação que tende a se firmar para o futuro, onde haja um intercâmbio permanente de saberes e de produção de conteúdos que colaborem com a comunidade da Ilha de Bubaque e do Brasil para sua sustentabilidade, geração de renda, autonomia e empoderamento. 





Ajeum Ajeumbó: Intercâmbio Cultural entre Brasil e Guiné-Bissau
Ilha de Bubaque- 05 de junho de 2015

II EDIÇÃO DO FESTIVAL DE GASTRONOMIA DO PARAÍSO DAS ILHAS BIJAGÓS


Preparação dos pratos
 Pt Em Bubaque foi realizado nos dias 29 e 30 de Maio de 2015 a II Edição do Festival de Gastronomia do Paraíso das Ilhas Bijagós. O projecto NÔ KUME KIL KI NATUREZA DANU realizado pela Associação Nô Kultura em parceria com várias instituições públicas e privadas juntou diversas personalidades vindo das diferentes Tabancas para falar de gastronomia local através das exposições de pratos tradicionais e apresentações de danças tradicional Bijagós e afro-brasileira.
 Kri  Na Bubaki i ifasidu na dia 29 a 30 di maiu di 2015 II Edison di Festival di kumida di Terra ku bonitasku di tchom di Bidjugu. prujetu NÔ KUME KIL KI NATUREZA DANU ku fasidu pa Associason Nô Kultura ku kolaburason di mangadi instituisons di estadu ku kilis ki ka di estadu, ki utrus djintis ku Bin di diferentis tabancas pa bim papia di kumida di Terra atrabés di mosta nô pratus Tradisional, badjus di Bidjugu ku Badjus di Brasil. 
Mesa de abertura, da esquerda para a direita: Jorge Rasta, Babacar Saar, Mário Valentim, Aladje Silá e Luis Ié.

   O administrador do Sector de Bubaque MARIO VALENTIM foi quem presidiu a cerimónia de abertura, louvando a iniciativa da comissão organizadora e permitindo que a administração local apoie no próximo ano a realização deste evento da gastronomia, assim para poderem ensinar as nossas comunidades a comer e respeitar aquilo que a natureza nos oferece.
   Admistradur di sector di bubaki MARIO VALENTIM i kim ku fasi sirmonia di abertura, i n´gaba tarbadju di kumison i fala kuma  utru anu admistrason di Bubaque na apoia na organizason assim pa pudi insina nô kumunidadis kumé i rispita kil ki Naturesa danu.

Exposição dos pratos
   FILIPE CARDOSO, administrador da Casa do Ambiente Cultura Reserva de Biosfera e Director da Rádio Djan-Djan Voz das Ilhas Bijagós realçou a importância de consumir aquilo que é nosso e para fazer isso é preciso um reforço de sinergia entre instituições na campanha de sensibilizações de mudança de mentalidade das nossas comunidades a favor do consumo dos produtos naturais.
   FILIPE CARDOSO, admistradur di kasa di Ambienti kultura reserva di Biosfera el tambi i Diretor di Rádio Djan-Djan Voz di Ilhas Bidjugus i ialsa importansia di kumé kil ki i di nós pa es i prisis pa tudu instituisons djunta pa fasi kampanha di sencibilizason pa mudansa di mentalidadi di kumunidadi pa konsumu di nô prudutus Naturas.

   JORGE RASTA, director executivo e membro fundador da Casa do Boneco do Brasil agradeceram a vontade e participação da comunidade no festival e disse que esta associação brasileira está inserida em várias organizações feitas pelos descendentes dos negros que foram retirados de África para o Brasil onde foram escravizados por mais de 300 anos. A participação da Casa do Boneco neste II edição do festival acontece no sentido de fortalecer os laços entre os países irmãos.
   JORGE RASTA, diretor executivu  i menbru fundadur di kasa di Boneku, i gardisi vontadi i participason di kumunidadi na festival i fala kuma es Associason brasileiru i sta na mangadi organizason ku fasidu pa raiz di pretus ku tiradu di África pa Brasil nundé ki é kastigadu pa más di 300 anus. Participason di kasa di Boneku na es II- Edison di Festival i pa fortalesi lassus entri País ermons.

   BABACAR SAAR, órgão consultivo da comissão organizadora do Festival agradeceu os patrocinadores da primeira edição e também realçou a importância do consumo dos nossos produtos naturais que é muito fraco nas zonas insulares.
   BABACAR SAAR, orgon consultivu di kumison organizadur di Festival i gardisi djintis ku patrocina bá I- Edison i tambi i ialsa importansia di konsumu di nô prudutus Naturas ki i muitu fraku na zonas di ilhas. 

   LUIS IÉ, presidente da comissão organizadora ficou satisfeito com a presença dos convidados e também pelo empenho e contribuições da Casa do Boneco do Brasil nas formações de Capacitações da nossa juventude nas diferentes oficinas.
   LUIS IÉ, presidenti di kumison organizadur i fika kontenti ku prisensa di kunbidadus i tambi pa impenhu ku kontribuisons  di kasa di Bonecu di Brasil na Formasons di kapacitason di nô juventudi na diferentis oficinas. 

   ADÃO CORREIA, coordenador do projecto de Gastronomia NÔ KUME KIL KI NATUREZA DANU disse que o projecto é de todos nós porque visa promover o consumo daquilo que a Natureza nos oferece nas nossas ilhas que é uma zona da Reserva de Biosfera e também considerou de positivo as actividades realizadas durante o festival e por último louvou Casa do Boneco do Brasil pelo trabalho feito nas nossas comunidades.
   ADÃO CORREIA, cordenadur di projetu NÔ KUME KIL KI NATUREZA DANU i fala kuma es projetu i di nós tudu pabia di kuma i pa promovi konsumu di kil ki Naturesa danu na nô ilhas ki un zona di Reserva di Biosfera i tambi i konsidera di positivu atividadis ku fasidu duranti Festival. Pa ultimu i n´gaba kasa di Bonecu di Brasil pa tarbadju ku é fasi na nô kumunidadis.

   Além da exposição dos pratos, das oficinas de capacitação e das apresentação culturais também tiveram palestras sobre a importância do consumo dos produtos local na comunidade e exibição do filme KADJIKE gravado nas ilhas do arquipélago e fala sobre cuidado com as tradições da nossa terra.
   Paralen di exposison di pratus di oficinas di kapacitason apresentason culturais tambi i fasidu palestras sobri importância di konsumo di prudutus local na kumunidadi inda i mostradu filmi KADJIKE ku gravadu na ilhas di arquipélagu i ta papia sobri kuidadus  ku nô dibidi tene ku tradison di terra.

  


Apresentação da Casa do Boneco



 
Apresentação do Grupo Mini Bantaba


Na próxima Edição nos esperamos ter uma organização cada vez melhor através da capacitação dos jovens nas diferentes oficinas e também para obterem maior consumo dos produtos locais.
Na utru Edison nona espera tene un  organizason más mindjor atrabés di kapacitason di jovens na diferentis oficinas i tambi pa i konsumidu tchiu produtus local.

Reportagem: Tony Tavares, Mira Falcão,  Francelino Gomes, Walter Palma e  Marciano Ingira

Esse texto foi produzido na Oficina de Comunicação Comunitária realizada na II Edição do Festival de Gastronomia das Ilhas Bijagós. Está traduzido em português e em kriolo, como forma de aperfeiçoar o idioma oficial da Guiné Bissau, sem se desvincular da língua materna e revolucionária.

Pt= língua portuguesa
Kri= kriolo 

01/06/2015

Ciclo de oficinas integra intercâmbio entre Brasil e Guiné Bissau




O II Intercâmbio entre Brasil e Guiné Bissau no festival de Gastronomia das Ilhas Bijagós está acontecendo desde a última sexta-feira (22/05), dia em que o grupo brasileiro foi calorosamente recebido na Ilha de Bubaque para a realização de atividades culturais e de formação. Além disso, também foi um excelente momento para rever os amigos, conhecer pessoas e observar a realidade de estar no continente africano, o tradicional modo de vida do povo Bijagó.
        















Já na segunda-feira (25/05) se iniciaram as oficinas de artesanato, comunicação comunitária, audiovisual, capoeira angola, dança, estética e percussão. As atividades são distribuídas entre os turnos da manhã e noite agregando um grande público de crianças, jovens e adultos. Em cada eixo de trabalho a discussão está sempre relacionada ao empoderamento do povo preto afrobrasileiro e africano sobre sua identidade através de djumbais (rodas de conversa) sobre Turismo de Base Comunitária, geração de renda e representatividade.

*Saiba o que está sendo discutido e produzido em cada oficina:


Preta Ashanti realiza oficina de artesanato e customização, criando peças e adereços à partir de elementos encontrados na Ilha de Bubaque, como pedras, conchas, sementes e cipós. Na oficina os participantes confeccionaram filtros dos sonhos, colares, brincos, além da produção das tradicionais bonecas Abayomi também reinventadas em painéis e roupas. Através de djumbais sobre geração de renda o grupo produz suas peças e troca experiências com as artes manuais.



A comunicação como ferramenta de empoderamento e representatividade do povo preto se faz presente nas oficinas de audiovisual e comunicação comunitária, onde a discussão visa uma apropriação de técnicas de produção de conteúdo como forma de divulgação e valorização da cultura local. Na oficina de audiovisual Nana Queiroz levanta questionamentos acerca da má representação que é dada à África nas grandes mídias comerciais, relacionando a realidade do Brasil com a de Guiné Bissau. À partir disso o grupo tem atuado na captação de vídeos e técnicas de montagem e edição para criar os próprios materiais.




A oficina de comunicação comunitária mediada por Nátali Mendes vai no mesmo sentido da discussão de representatividade, fazendo um levantamento sobre os meios de comunicação presentes na comunidade e possibilidades de criação de material escrito afim de agregar a língua oficial de Guiné Bissau, a portuguesa, e o idioma revolucionário, o criol.  Os grupos também interagem nas atividades de cobertura colaborativa do festival.


Muito presente no cotidiano do povo africano, a estética é um importante elemento de afirmação de identidade. Com a oficina de estética afro-brasileira e guineense Dani Jêje e Preta Ashanti realizam espaços de discussão, aprendizado e troca de informações sobre penteados, tranças, torços, turbantes e acessórios tendo o cabelo como referência identitária.



Herança da resistência do povo africano escravizado no Brasil, a capoeira angola, e dança e a percussão afro-brasileiras também fazem parte da programação. Hugo Xoroquê media a oficina de capoeira angola, trazendo um apanhado sócio-histórico da mesma no Brasil e sua importância como um patrimônio cultural. A oficina engloba os principais movimentos da capoeira além dos toques e cantos.  



Junto ao Mestre Jorge Rasta também desenvolve a oficina de percussão, dando continuidade aos trabalhos iniciados em 2013. São 11 instrumentos percussivos típicos do samba que ficarão sob posse da comunidade de Bubaque e hoje integram o grupo de percussão afro-brasileira da Ilha. A oficina de dança afro-brasileira também iniciada em 2013 reúne um grande número de jovens e crianças, onde são desenvolvidos os movimentos relacionados aos Orixás e também ao samba.
 


Junto a todo esse contexto, Mestre Jorge Rasta propõe discussões e articulações com a comunidade local, afim de consolidar um intercâmbio permanente entre os países para a realização de projetos na área de turismo de base comunitária, agricultura familiar, tecnologia, esporte, culinária entre outros eixos que agreguem ações e organizações do Brasil e da Guiné Bissau.



O ciclo de oficinas do Festival de Gastronomia será concluído na próxima quarta-feira, dia 03/06 e o Coletivo Casa do Boneco- Quilombo D’oiti segue com atividades junto à comunidade da Ilha de Bubaque como realização de documentários e intervenção em algumas escolas.  Os aprendizados são imensuráveis e estão se constituindo bonitos laços de amizade, trabalho, unidade e luta. 

Ilha de Bubaque, Guiné Bissau
01 de junho de 2015