26/03/2013

Terra, água, folha, ar, pena e axé: Teia no Trecho da Aldeia Pataxó Caramurú Catarina Paraguaçú!


"A Teia Agroecológica nos agrega, recupera o sentimento de que somos uma só nação. Tupinambás, quilombolas, pataxós e os descendentes dessas etnias que são chamados de “sem terra”, como se não fossem os legítimos herdeiros dos mais antigos dessa terra. Até que ponto a ilusão nos confunde?" Mestre Lumumba

Encontro da Teia sempre pautado por colaboração e solidariedade

Terra, água, folha, ar, pena e axé: assim foi a primeira experiência prática da Teia Agroecológica dos Povos da Cabruca e Mata Atlântica em 23 e 24 março de 2013 na Aldeia Caramurú Catarina Paraguaçú em Pau Brasil, Sul da Bahia, integrando comunidades de várias regiões da Bahia entre quilombolas, pequenos agricultores, assentados e índios de várias etnias.

O Povo Pataxó Hã hã hãe, desde a década de 70 lutava para retornar às suas terras em Pau Brasil, ocupadas por fazendeiros de gado. Depois de 30 anos de luta, a aldeia foi reintegrada ao povo indígena em total degradação e nenhuma providência do Estado: terras ressecadas, ácidas e insuficiente fluxo de água provocado pela extrema devastação e desmatamento da floresta e suas nascentes. Houve uma profunda alteração no bioma natural da reserva indígena, o que sucumbiu a rica cobertura biológica da mata atlântica, isso ocorreu como um resultado de uma produção capitalista e latifundiária.

Parte do grupo reunido organizando a divisão de tarefas

A atividade, auto gestionada pelos presentes, foi conduzida com a divisão dos seguintes grupos: limpeza e coleta de adubo no curral; construção e povoamento do viveiro de mudas (açaí, cupuaçu, guaraná, abacaxi, juçara, canela, cana, coco); preparação e balizamento do plantio do SAF ( sistema agroflorestal ); cozinha – produção de alimentos da atividade; construção de banheiros secos e dependências coletivas; comunicação; produção e manutenção do evento.

Após um breve diagnóstico da aldeia, que se uniu aos conhecimentos dos ancestrais dos anciões e griots da terra, um “adjunte”, digno dos povos que o compõe com rodas de saberes conduzidas por Mestra Val (parteira), Cacique Nailton, Cacica Maria Munez, Líder Joelson, Mestre Lumumba, Mestre Jorge Rasta e outros, trouxe para o evento uma programação especial com técnicas de plantio e estratégias de combate de pragas, rituais sagrados e de cura, produções artísticas e culturais, vivência sagrada a exemplo da roda das mulheres que exaltou toda a mística e empoderamento feminino e do ritual do plantio que culminou em uma inesquecível chuva precedida por um sol escaldante.

No ritual do plantio, a chuva, generosa, deu o sinal da proteção dos deuses.


Essa foi a primeira intervenção da Teia após o planejamento realizado em fevereiro desse ano, significou apenas o início de um ciclo que percorrerá todas as comunidades envolvidas, pautado sobretudo pelo compartilhamento e solidariedade entre os povos, moldando uma atuação que deseja construir uma renovação na perspectiva agroecológica no Território Litoral Sul.
O evento contou com uma importante doação de alimentos do PAA de Ituberá, de Itacaré e Pau Brasil e teve diversos colaboradores locais de Pau Brasil e Arataca. Sua construção ocorreu a partir da articulação da Teia que reúne o Instituto Eco Bahia, a Casa do Boneco de Itacaré, o Assentamento Terra Vista e a Aldeia Caramurú Catarina Paraguaçú, recebeu ainda apoio do Neppa e de estudantes da UFRB.




13/03/2013

Nossa Rede já tem nome: Teia Agroecológica dos Povos da Cabruca e da Mata Atlântica!

Nossa Teia Agroecológica dos Povos da  Cabruca e da Mata Atlântica, formada a partir da Jornada de Agroecologia da Bahia, que ocorreu em novembro de 2012 no Assentamento Terra Vista, Sul da Bahia, está indo para mais um encontro. Dessa vez uma intervenção ocorrerá na Aldeia Caramuru Catarina Paraguaçú em Pau Brasil. A programação desse encontro envolverá implantação de SAF e horta circular, vivencia de mulheres, oficina de tambores e diagnóstico comunitário.


11/03/2013

Projeto Mandingando com Erê

Proposta de Hugo Xoroquê ( membro da Casa do Boneco ) premiada pelo Prêmio Agente Jovem do Ministério da cultura terá suas atividades práticas iniciada neste mês de março.






16 e 17 de Março - Comunidade Quilombola de Lagoa Santa

21 a 23 de Março - Comunidade Quilombola de Serra de Água