15/12/2008

Romain Poisson




É assistente de diretor de artes e cenografia, nasceu no sul da França, criado em Paris.

Sempre viajou com seus pais até poder viajar sozinho, mora no Brasil há 1 ano, no Rio de Janeiro.
Conheceu o Brasil há 7 anos quando fazia doutorado sobre a dívida do Brasil, Camarões e Índia.
Quando Chegou à Bahia se apaixonou pela cultura afro Brasileira passando a trabalhar com o grupo " A Mulherada" e a pesquisar sobre o papel da mulher na cultura afro brasileira.
Conheceu a Casa do Boneco em 2005 na França quando fazíamos nossa turnê no ano do Brasil na França, se interessou pelo trabalho passando a nos visitar uma vez por ano em Itacaré.Desde então vem contribuindo com a Casa fazendo documentários sobre nosso trabalho e seus impactos como: "Uma História de árvore entre outros , o que lhe vem a pergunta: Como que um estado fora da África tenta manter e fortalecer a cultura, sendo que dentro da própria África, nos países em que visitei, não existe isso?
Essa constatação lhe causou um choque, admiração e interesse, o que acabou gerando um direcionamento de alguns de seus documentários como o fórum social mundial.



09/12/2008

TURISMO ÉTNICO AFRO

MEMORIAL UNZÓ TOMBENCI NETO
O 1º MEMORIAL DE RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA DO INTERIOR DA BAHIA


O memorial Unzó Tombenci Neto foi fundado em novembro de 2006, e fica instalado no Terreiro de Matamba Tombenci Neto. O Memorial constitui-se num núcleo de pesquisa e documentação que abriga um variado acervo de fotografias, documentos históricos, materiais de áudio e vídeo, indumentárias, instrumentos músicais entre outros objetos referentes à religião de matriz africana no município. O Memorial está aberto à visitação pública e propicia acesso à informação de interessados de todo o Brasil e região. O Memorial também recebe visitas programadas de escolas da rede pública e particular, atendendo alunos do primeiro e segundo grau, bem como estudantes universitários , pesquisadores e turistas. Todas as visitas são guiadas por um membro do terreiro especialmente preparado para acompanha os visitantes.

FUNCIONAMENTO

Os horários de funcionamento do memorial e de segunda a sábado das 9:h ás 12:h e das 14:h ás 18:h o valor do ingresso e de R$ 3,00 (três). O Memorial Unzó Tombenci Neto constitui o primeiro centro de preservação da história material e da memória
de matriz africana do sul da Bahia.

COMO CHEGAR
Av.Brasil, 485 - Alto da Conquista, próximo do abrigo São Vicente de Paulo e do Hospital Regional e em frente a sede do Bloco Afro Dilazenze
Tels. (73) 3086-1871/8809-3958
E-mail: matambatombencineto@yahoo.com.br

06/12/2008

Beleza, que beleza? Na favela

“Beleza na Favela” é o nome de um quadro do programa Hoje em Dia, da TV Record. A idéia é fazer um concurso, mais uma distinção hierarquizada entre o que é bonito e o que é feio no mundo. Ou melhor, que boca tem mais valor, que cabelo faz mais sucesso, que cor é a certa...O programa visita os Estados do Brasil em busca de uma candidata, que represente seu estado na final do quadro. Na final, das representantes de cada Estado, uma será eleita como representante da beleza da mulher da favela no Brasil.Em cada Estado o programa visita por volta de cinco comunidades carentes, de onde escolhem uma representante que viajará para São Paulo, a cidade maravilha em termos de competição e hierarquização. Ah... com todas as despesas pagas...O primeiro registro histórico que se tem de favela no Brasil data do ano de 1897. Foram precisos 111 anos para que a mídia percebesse que existe beleza na favela e desse um jeito de explorar. E eis aqui a beleza da favela da Record: alta, magra, cabelos lisos, bem lisos... narizinho fino e pele escura... claro...“Beleza da favela?” Um estereótipo de beleza que tenta namorar da melhor maneira possível com o estilo europeu possível nos países tropicais: tem pele escura, representando nosso escaldante sol, mas tem cabelo liso, tem nariz fino... ah... e é magra, muito magra...mas e aí? É isso a representação da beleza da favela?Como se representar a verdadeira beleza do povo negro, ou as grandes belezas exóticas – originadas da miscigenação de três etnias, índios, negros e brancos – tão característica do povo brasileiro, se os únicos traços de beleza que a mídia busca são aqueles que se assemelham aos do branco, europeu ocidental? Em sua hipocrisia, a mídia, até tenta disfarçar seus anseios discriminatórios, mas tropeçam em suas próprias pernas ao criarem um quadro onde se encontra implicitamente estampada a discriminação étnica. Ao elegerem a beleza da favela, talvez tenham se sentido desconfortáveis na escolha de uma representante de pele branca, pois se está incutido no imaginário do povo brasileiro que negro e favelado são sinônimos. Assim, dentro de uma lógica hipócrita e discriminatória da mídia, quem melhor para representar a beleza da favela que uma mulher de pele negra? Mas claro, cabelo liso, e nariz fino... que ninguém quer por ali o “cabelo ruim e narigão”A busca de uma candidata de pele negra com traços característicos do branco, europeu ocidental, atende a uma política que reforça a hierarquia da beleza branca, que se articula na mídia desde o inicio das telenovelas. Em um país em que mais da metade da população já não é mais branca fica estranho entender como o lugar social dos negros na mídia ainda esteja ligado a um papel resignado, de inferioridade em relação ao branco.Coincidentemente, enquanto escrevia este artigo, observei na televisão um comercial de determinado supermercado onde aparece uma dezena de figurantes, nenhum deles negro. Onde o negro está sendo representado? Em papéis inferiores nas novelas como empregadas domésticas? Bandidos ou marginais, capachos, capangas ou seguranças em filmes? Quando aparece em uma camada social mais abastada é um político corrupto? Em programas que buscam eleger a beleza da favela, mas nos padrões mais branqueados possíveis? O problema é que o negro só tem destaque na mídia no papel de negro, não é mais um personagem como outro qualquer, ele é o “negro”.Seriam mesmo esses personagens estereotipados a imagem do negro no Brasil? O que ocorre é a depreciação do negro, em seus traços de beleza e cultura, advindo de um espírito discriminatório e preconceituoso, encobertos pelo discurso de uma suposta democracia étnica, fruto de quatrocentos anos de escravidão e mais cem anos de exploração do trabalho negro, que por quinhentos anos carregaram com braços fortes as estruturas deste país, produzindo riqueza para o homem branco e, como recompensa, tendo seu papel na história sempre resignado a um segundo plano. Isto tudo para nos atermos somente às injustiças com os negros. Mas e as outras pessoas que não se encaixam neste estereótipo de beleza imposto pela mídia? Não teriam essas pessoas um traço de beleza que lhes é peculiar, onde se está sendo representado as outras belezas do nosso povo?A “ditadura das passarelas”, que a mídia enaltece com uma aura de glamour e elegância, impondo ao resto da sociedade um padrão de beleza, que deve ser tomado como verdadeiro, e resignando o conceito de beleza aos traços do europeu ocidental (branco, magro, cabelos lisos, nariz fino). Cria-se então um mercado da beleza. E os especuladores não deixam de tirar proveito mais uma vez dos sonhos do povo brasileiro.Quando vamos começar a olhar a beleza do Brasil como ela de fato é, e parar de olhar como deveria ser? Negro, branco, índio em uma miscigenação que torna particular a beleza do povo brasileiro. Sem padrão descobre-se uma variedade de belezas tão magníficas, e exóticas, quanto as do padrão que se impõe.
Jonas Pasck é estudante de história.
Fonte - site da revista Caros Amigos

05/12/2008

Abdias Nascimento - Memória Negra - um filme documentário estremecedor e emocionante

Orgulho e dignidade da raça *
Poucos nomes se destacam na defesa dos valores de igualdade e combate ao preconceito contra os afro-descendentes como o do paulista Abdias Nascimento, que é examinado no documentário baiano que leva o seu nome, subtitulado de Memória Negra. A fita é dirigida pelo pesquisador e fotógrafo Antonio Olavo .

O filme é conduzido a partir de uma entrevista gravada com o próprio cinebiografado, do alto dos seus 94 anos (nasceu em Franca (SP), em 14 de março de 1914). Abdias Nascimento – Memória Negra usa as próprias palavras do entrevistado para definir a sua trajetória. Ao discurso dele se somam imagens de arquivo e referências que vão pontuando este perfil. Exilado pela ditadura militar, ficou fora do País entre 1968 e 1978. Quando regressou, passou a ter uma atuação direta na política. Foi deputado federal e senador da República. Há dois anos, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Brasília.


SINCERIDADE – Memória Negra segue um discurso linear, que coloca os temas numa ordem cronológica. Uma cuidadosa pesquisa de imagens vai ilustrando os muitos fatos históricos em que esteve envolvido o cinebiografado.Num segundo momento, o filme se aproxima do homem por trás do mito e encontra na figura de Abdias Nascimento um interlocutor de jeito simples e sinceridade absurda.


Num dos momentos mais fortes do registro, Abdias é indagado sobre os possíveis erros políticos que cometeu em sua vida tão cheia de acertos e entrega às causas da justiça racial e liberdade de expressão. Neste ponto, o entrevistado pára. Faz uma pausa para pensar no assunto e depois repete como que refletindo: " E r re i ? " .


A edição, co-assinada pelo próprio Antonio Olavo, sabe respeitar estes momentos de respiração do entrevistado e preserva imagens valiosas. Numa delas, Abdias com jeito de menino observa com um rápido olhar de desejo uma cumbuca que lhe é servida, cheia de torresmo.O homem racional e sensato é quem fala primeiro, censurando a idéia do petisco, já que a gravação está em curso. A voz de alguém da equipe soa como uma liberação, avisando que a cumbuca até ficou bonita no enquadramento e que não atrapalha em nada a filmagem. O personagem arremata: "Ficou bonita no quadro, mas vai ficar melhor ainda na boca".Momentos assim revelam os traços mais humanos e sintetizam a opção por uma narrativa leve e despojada. A impressão que se tem é de estar diante de uma conversa informal com alguém grande demais para caber em hora e meia de filme.Antonio Olavo resolve isso muito bem, já desde a cena inicial que mostra Abdias Nascimento imenso em sua aura, sentado numa cadeira de rodas, passeando por uma exposição. É a visão de um rei negro, que depois, em suas falas, contando a sua história tão peculiar, esclarece ao público de onde vem a sua majestade .
* Texto de JOÃO CARLOS SAMPAIO

04/12/2008

TERREIRO DE MATAMBA TOMBENCI NETO LANÇA CDs DE CANTIGAS DE OGUM E XANGÔ DIA 06 DE DEZEMBRO.




Será lançado no dia 06 de dezembro no Terreiro de Matamba Tombenci Neto no alto da conquista em Ilhéus os CDs cantigas de Ogum e cantigas de Xangô. Os CDs foram gravados em Salvador, em Maio de 2008 a convite da Fundação Gregório de Mattos, junto com outros dois terreiros de Salvador, o Ilê Axé Jitoju e o Ilê Axé Alabeji e fará parte da série Trilhas Urbanas, produzida pela própria Fundação Gregório de Mattos, realizada para enfatizar a riqueza deste repertório preservado pelo culto afro-brasileiro, tradição de ancestralidade nas Cantigas dos Orixás, cantadas pelos Terreiros de Candomblé da Cidade do Salvador nas Nações de Angola, Ketu e Jeje, tratando-se, portanto de um registro musical.


O Terreiro de Matamba Tombenci Neto o único terreiro do interior da Bahia a participar do projeto já vem desenvolvendo um trabalho de registro e resgate da memória do terreiro fundado em 1885 por Tiodolina Félix Rodrigues( Iyá Tidu). Exemplo disso e o memorial Unzó Tombenci Neto fundado Em novembro de 2006, instalado no próprio terreiro. O Memorial constitui-se num núcleo de pesquisa e documentação que abriga um variado acervo de fotografias, documentos, materiais de áudio e vídeo, indumentárias, instrumentos musicais entre outros objetos referentes à religião de matriz africana no município. O Memorial está aberto à visitação pública e propicia acesso à informação de interessados de toda a comunidade de Ilhéus e região. O Memorial também recebe visitas programadas de escolas da rede pública e particular, atendendo alunos do primeiro e segundo grau, bem como estudantes universitários , pesquisadores e turistas os horários de funcionamento do memorial e de segunda a sábado das 9:h ás 18:h o valor do ingresso e de R$ 3,00. O Memorial Unzó Tombenci Neto constitui o primeiro centro de preservação da história material e da memória de matriz africana do sul da Bahia. A matriarca do terreiro tombenci em Ilhéus Mãe Ilza Mukalê, fala que as gravações destes dois CDs representam muito, não só para o nosso terreiro mais para toda a raiz do tombenci de Ilhéus e do Brasil, que passa a te um registro de parte do seu rosário (repertório) preservado e divulgado. Mãe Ilza aproveita e convida a todos os terreiros de ilhéus, filhos de santos, amigos, clientes e comunidade em geral para celebrar juntos mais uma conquista do candomblé de ilhéus.


O evento de lançamento vai acontecer no dia 06 de dezembro ás 21:h no terreiro de matamba tombenci neto, situado na Av. Brasil 485, no bairro da conquista. Segundo Marinho Rodrigues Coordenado do evento, Os CDs serão comercializados, pelo valor de R$ 15,00 cada, e o dinheiro arrecadados com a vendagem será revestido para a construção do rancho fundo alojamento do terreiro. Os CDs estarão a venda na festa de lançamento e no memorial Unzó Tombenci Neto no próprio terreiro, e pelos telefones 3086-1871/8809-3958, concluiu Marinho Rodrigues.

Maiores Informações:Marinho Rodrigues tels: (73) 3086-1871/8809-3958/9966-3933
matambatombencineto@yahoo.com.br/gongombira@yahoo.com.br